Longevidade papa-jaca: raízes identitárias

17 de março de 2016 - 23:55, por Claudefranklin Monteiro

Hoje em dia, ao contrário do que ainda se insiste em dizer e fazer,  no mundo antigo, a velhice não era sinônimo de coisa descartável. Civilizações antigas, como Roma e Grécia, davam aos seus anciãos uma importância destacada em suas sociedades, e, sobretudo, em sua organização política, ocupando funções que iam além do mero aconselhamento.

Nesse sentido, em que pese a persistência do maltrato ao idoso, as brincadeiras de mau gosto e outras indelicadezas, penso que os jovens da terceira idade alcançaram, no Brasil, um patamar próximo da dignidade humana. Muitos seguem ativos e atuantes em diversas instâncias. Em alguns casos, tornam-se grandes referências morais para um povo.

É nessa perspectiva que pretendo dissertar a respeito de dois sujeitos que nos deixaram essa semana, em Lagarto: Dedé Fogueteiro, 85 anos, e Antônio Nazário, 81. Eles fizeram de suas vidas, motes para uma afirmação identitária de há muito construída: um no campo da cultura e o outro no desporto.

José Carvalho dos Santos, Seu Dedé, era uma figura ímpar nas silibrinas de Lagarto. Ele foi fabricante e vendedor de fogos desde a tenra idade. Também era visto em festas religiosas e em eventos onde fossem requisitados seus serviços. Nestas ocasiões, sobretudo na primeira, era audacioso e destemido. E com certeza, a sua longevidade não lhe impediu de viver e defender os valores culturais de nossa gente.

Antônio Nazário do Nascimento, pai do meu compadre Paulo Souza, o locutor Pato de Borracha, da FM Eldorado, se notabilizou pelo seu vigor atlético. Era comum encontrá-lo nas corridas rústicas de Lagarto ou trotando nas artérias da cidade, deixando os mais novos, como eu, com aquela inveja boa. Exímio pai de família, ele cultivou um afetuoso caso de amor com sua esposa, companheira até a última hora.

Mas, o que há de comum entre estes dois sujeitos, afora o fato de terem falecido e serem sepultados no mesmo dia? Certamente algo que nos une a eles: a identidade. Toda identidade está assentada em raízes. A raiz da jaqueira é profunda e forte e dá ao seu tronco, folhas e frutos, a sua substância. Sua longevidade é digna de nota entre as árvores.

Seu Dedé e Seu Nazário agora fincam seus corpos na terra lagartense e a alimenta com seu legado, cuja memória jamais será esquecida, frente às inúmeras e valiosas impressões que deixaram.

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