Mário Quintana

2 de maio de 2016 - 10:18, por Moacir Poconé

Grande poeta brasileiro, nascido no Rio Grande do Sul, Mário Quintana soube, como poucos, trazer a simplicidade da vida para os livros. Escreveu aforismos, quadrinhas, canções e poemas de maneira bastante lírica, além de proporcionar ao leitor dos seus versos uma reflexão sobre a forma de ver o mundo. Outro elemento sempre presente em sua obra é a morte, que não se apresenta como algo terrível ou cruel, mas sim, com uma leveza própria daquilo que traz o descanso e é inevitável. Além do trabalho poético, notabilizou-se por ser um grande tradutor de autores universais, como Marcel Proust, Balzac, Voltaire e Virginia Woolf.

Mário Quintana

Mário Quintana

Abaixo, uma pequena mostra da obra desse grande autor brasileiro:

Do amoroso esquecimento

Eu agora — que desfecho!
Já nem penso mais em ti…
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

Emergência

Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela
abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo —
para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.

Poeminho do Contra

Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão…
Eu passarinho!

Esperança

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E — ó delicioso voo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança…
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…

Envelhecer

Antes, todos os caminhos iam.
Agora todos os caminhos vêm
A casa é acolhedora, os livros poucos.
E eu mesmo preparo o chá para os fantasmas.

Tic-tac

Esse tic-tac dos relógios
é a máquina de costura do Tempo
a fabricar mortalhas.

Por Moacir Poconé

 

 

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