A PESQUISA HISTÓRICA LAGARTENSE SOB A ÓTICA DA VIDA E OBRA DE ANTÔNIO MARTINS DE MENEZES*

23 de julho de 2016 - 11:00, por Claudefranklin Monteiro

Há quem sustente a tese de que depois de Adalberto Fonseca não se fez mais trabalho sério sobre história de Lagarto. Quem se arvora dessa ousadia, comete um dos maiores pecados da vida cultural: a presunção. Talvez ande muito ocupado cuidando do próprio umbigo para não saber que pesquisa histórica séria, nesse sentido, se tem feito há muito tempo. Para ser mais exato, há pelo menos vinte anos.

Entre esses trabalhos, pois são inúmeros, monografias da UFS, UNIT, FJAV, AGES E UNIDOM, destaco ainda o trabalho da Professora Jocineide Cunha Santos, por exemplo, com sua dissertação de Mestrado em História “Entre farinhadas, procissões e famílias: a vida de homens e mulheres escravos em Lagarto, Província de Sergipe (1850-1888)”, de 2004 (UFBA). E o mais recente, do jovem e talentoso historiador, Alexandre Fontes: “Nossa Senhora da Piedade do Lagarto – Uma Devoção Centenária (1979)”, livro lançado em dezembro do ano passado.

Some-se a esta plêiade de pesquisadores, entusiastas, memorialistas e historiadores lagartenses pós-Adalberto Fonseca, com trabalhos sérios, sim, dignos de nota e respeito, o primoroso livro do jornalista Pedro Menezes: “Antônio Martins de Menezes, o Desbravador”, lançado na noite do dia 29 de abril, do corrente ano, quando centenas de pessoas compareceram ao Rotary Clube de Lagarto. Aliás, um evento sem precedentes.

Nascido no dia 28 de agosto de 1913, Antônio Martins de Menezes ocupou algumas das mais dignificantes funções públicas de Lagarto. Foi Vereador nos anos 1950, quando chegou a ser Presidente da Câmara, Prefeito de 1958 a 1962. E vice do Prefeito Artur de Oliveira Reis de 1983 a 1989.

E tudo isto e mais um pouco está na obra de Pedro Menezes. De origem humilde, Providência, povoado do Município sergipano de Gararu, onde nasceu no dia 15 de março de 1928, com uma passagem significativa pelo Rio de Janeiro e radicado em Lagarto, onde hoje reside, na tranquilidade de uma bucólica localidade nas proximidades da AABB.

Mais do que uma biografia, que por sinal não segue uma linearidade enfadonha, trata-se, como tive a oportunidade de dizer naquela noite, de um registro e o conhecimento da trajetória de vida de promissor homem da vida pública lagartense, certamente, um dos mais importantes líderes políticos da região, que se notabilizou, entre tantas façanhas, por ter sido o fundador do Povoado Colônia Treze, pelos idos da segunda metade o século XX, aos moldes da tão desejada reforma agrária.

Trata-se de um legado que atravessa o tempo sem ser sucumbido por ele, pois está assentado não somente na memória, agora em livro, mas também em princípios sólidos de solidariedade, espírito coletivo, desprendimento, respeito mútuo, que muitos de nós, em nosso tempo desconhecemos e não cultivamos, seja na política, seja na cena cultural.

Ora, se isso não é trabalho sério. Se escrever história de Lagarto é anular uma rica e sedimentada historiografia lagartense que nasce dos bancos escolares às academias, da feira aos palácios, eu não sei mais o que é pesquisa histórica. Talvez voltemos ao tempo em escrever história era contar o conto do vigário. Ainda bem que a história já foi desbravada, como o livro sério de Pedro Menezes e de tantos outros e outros e outros e outros… lagartenses amantes de lagarto e não do espelho.

* Texto publicado originalmente na Revista Realce – Ano 6 – Junho – 20016. p. 54

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