Modelos de Gestão – O que veste sua empresa?

5 de outubro de 2016 - 08:54, por Dager Aguiar

Nesta semana completamos nosso primeiro mês de participação no Lagarto Notícias. Gostaria de celebrar com vocês esta alegria e também esta oportunidade de estarmos juntos nesse desafio que é viver no território da comunicação e seus múltiplos canais e instrumentos. Nosso objetivo é continuar compartilhando histórias que nos estruturem o caminhar, temperadas com estórias que nos inspirem a voar na velocidade da net. É com essa simbologia que resgato a estrutura desta coluna, apresentada em nosso primeiro artigo. Nos dias dedicados a gestão, vamos apresentar, comentar e analisar os elementos e instrumentos da ciência da administração com base no passado de suas fontes documentais, teorias, ferramentas e modelos de gestão, como bem rege o sentido da palavra “história” nos dicionários. Por sua vez, nos dias de empreendedorismo, sem prejuízo de sua história e nem objetivando excluí-la, buscamos destacar o que é empírico, não metódico, o que é subjetivo, o que está baseado na experiência e nos contos de caráter popular e até mesmo ficcional. Esses dias serão de busca por tudo aquilo que nos inspire e nos conduza a comportamentos e instintos que a ciência não consegue traduzir em seu rigor metodológico. Esta também é nossa simbologia para o termo “estória”.

Mas como nos preparamos para reduzir a complexidade dos desafios que precisamos enfrentar em nossa caminhada de vida, em nossa família, em nosso trabalho e ainda em nossas redes sociais? Não esqueça que hoje é dia de gestão. Então, vamos caminhar bem vestidos com o que houver de modelos que nos ajudem a melhorar o funcionamento cotidiano de nossos negócios, a melhorar nossos métodos gerenciais e nosso desempenho organizacional. Esta é a definição de Modelo de Gestão apresentada pela empresa de consultoria holandesa “Berenschot”, em seu livro Modelos de Gestão (2008). É com essa definição que apresentamos nosso tema de hoje: Modelos de Gestão – O que veste sua empresa?

Consideramos importante iniciar refletindo sobre qual é mesmo o nosso entendimento sobre o conceito de modelo. Os dicionários apresentam mais de 14 definições para a palavra modelo, dentre as quais destacamos:

– representação em escala reduzida de um objeto ou obra de arquitetura a ser   reproduzida em dimensões normais;

– peça de indumentária criada por um estilista;

– coisa ou pessoa que serve de imagem como fonte de inspiração.

Observando as definições acima, identificamos que os modelos nos antecipam, ainda que numa escala reduzida, uma solução possível de um processo mais abrangente e de maior complexidade que nos reserva o futuro. E nesse esforço de sinalização de alternativas, os consultores da “Berenschot” trabalharam, nos últimos quinze anos, na sistematização de modelos de gestão que ajudem os executivos das empresas a fazerem escolhas. Escolhas sobre como as atividades são coordenadas pela empresa, sobre como são tomadas as decisões na empresa, escolhas sobre a natureza dos objetivos que a empresa almeja e escolhas sobre como os indivíduos estão motivados para perseguir esses objetivos.

Resgatando a história de quase 80 aos da “Berenschot”, vemos que ela tem como expertise o desenvolvimento de lideranças, a arquitetura organizacional, a avaliação de desempenho e remuneração, a administração de processos de mudanças, sistemas de informação, energia e sustentabilidade, dentre outras. Em 2003, um grupo de consultores dessa empresa organizou a 1ª. edição do livro “Importantes Modelos de Negócios”. Em 2008, outro grupo de consultores lançou uma 2ª. edição do livro, que foi chamado “Modelos de Gestão – Os 60 modelos que todo gestor deve conhecer” e em 2014 atualizaram essa publicação em uma 3ª. edição onde apresentaram 75 modelos de gestão.

Compartilhando os trabalhos da 2ª. edição de Modelos de Gestão, apresentamos como os consultores, analisando o uso de modelos para a tomada de decisão gerencial, selecionaram 60 modelos de gestão, classificando-os em 3 categorias: (1) Estratégicos; (2) Táticos e (3) Operacionais. Organizaram ainda esses modelos em 6 áreas funcionais, quais sejam: (1) Estratégia e Organização; (2) Finanças e governança; (3) Marketing e vendas; (4) Operações, gestão da cadeia de suprimentos e compras; (5) Gestão de inovação e tecnologia e finalmente (6) Gestão de Recursos Humanos, liderança e mudança.

Os organizadores do livro perguntaram a gestores e consultores de várias áreas da “Berenschot”, que atua na Europa, Áfria, Ásia e América do Sul, quais os modelos que mais utilizavam em seus trabalhos de consultoria. Analisaram os modelos clássicos e mais conhecidos e descobriram que, na prática, nem todos são aplicados com frequência e concluíram seu trabalho consolidando os 60 modelos de gestão de aplicação mais frequente. O livro apresenta uma breve descrição de cada modelo, sugestões de aplicação e uma orientação de como usá-los. Nenhum modelo ou grupo de modelos pode garantir a solução dos problemas organizacionais enfrentados pelos gestores, entretanto, eles podem fornecer percepções valiosas e um processo sólido que nos leve às escolhas empresariais mais apropriadas. Entre os 18 modelos estratégicos apresentados, encontraremos o modelo das “Cinco Forças de Porter”, a análise SWOT ou FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) e a matriz BCG projetada pelo Boston Consulting Group em 1970. Entre os 30 modelos táticos encontraremos os 4 Ps do marketing de Kotler, o Benchmarking e o modelo “Just-in-Time” desenvolvido para as fábricas da Toyota. E finalmente, entre os 12 modelos operacionais, encontraremos a Análise de Causa e Efeito de Pareto, o BSC – Balanced ScoreCard utilizado para definir metas e objetivos organizacionais e os Seis Chapéus do pensamento de De Bono sobre os hábitos de pensar das pessoas.

Um modelo científico é uma idealização simplificada de um sistema que possui maior complexidade, mas que ainda assim, supostamente, reproduz na sua essência o comportamento do sistema completo. Estamos diariamente, consciente ou inconscientemente, a procura de modelos que nos ajudem na solução de problemas. Seja um construtor que busca na maquete do arquiteto a visualização antecipada de seu empreendimento. Seja um estilista que, com seu Karat, rabisca as novas peças de sua coleção. Seja um filho, que busca nas histórias de seu pai, inspiração e forças para seguir. Mas são tantos modelos, como saber qual modelo vestir a nossa empresa? Nossa única certeza é que nenhum modelo pode garantir a solução da longa lista dos problemas empresariais. Entretanto, é preciso começar. Por onde? Comece definindo muito bem o problema. Você lembra-se de quando falamos da técnica de Brainstorming em nosso 3º. artigo? Pois então, resgate-o e verá que nele comentamos sobre como essa técnica pode nos oferecer inúmeras ideias para a solução de um problema, mas que tudo começa com uma boa definição do problema. Agora, nosso segundo passo é encontrar um modelo que transforme as ideias em solução. Apresentamos na fórmula abaixo um caminho para ajuda-lo:

S = f(M) = (PEA2)n

Na fórmula temos que uma Solução (S) será obtida em função de um Modelo (M) que, por sua vez, será encontrado quanto mais desenvolvermos o hábito de:

                          P = Pesquisar

                          E = Escolher

                          A = Aplicar

                          A = Avaliar

Os inúmeros modelos existentes. E o “n” significa que, invariavelmente, vamos ter que fazer esse exercício muitas vezes. Não podemos desistir até encontrarmos o modelo mais apropriado para vestirmos nossa empresa para a superação de seus problemas. Na realidade, somos todos gestores em busca de um modelo para as empresas onde trabalhamos, para as nossas empresas ou ainda para a empresa “Você S.A” que existe em cada um de nós. Então, boa semana e até o nosso próximo Empreendedorismo e Gestão.

Por Dager Aguiar

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