De nepotismo a ingerência, Fábio Reis rebaixa nota da gestão Valmir Monteiro mais uma vez

2 de novembro de 2017 - 19:08, por Marcos Peris

Portal Lagarto Notícias

Nesta semana, o Lagarto Notícias entrevistou o deputado federal Fábio Reis (PMDB), que permanecerá afastado das suas funções parlamentares até o próximo dia 6, por recomendação médica. Na ocasião, o peemedebista falou da sua saúde, da política estadual e nacional, além das eleições de 2018.

Ainda na entrevista, Fábio Reis teceu mais críticas à administração Valmir Monteiro, chegando a rebaixar a nota dada de 0,5 para 0,3. Os motivos do parlamentar: Mercado Municipal continuar fechado, demissão de servidores, nepotismo e ingerência.

Entrevista com o deputado federal Fábio Reis (PMDB/SE)

Entrevista com o deputado federal Fábio Reis (PMDB/SE)

Confira na íntegra:

PLN: Recentemente o senhor teve que passar por um processo cirúrgico e a forma como alguns setores da mídia divulgaram, acabaram preocupando amigos e familiares. Diante disso, o que de fato aconteceu?

FR: A forma que as informações foram vinculadas realmente pegou todos de surpresa, mas eu fiz um check-up há pouco mais de um mês, que em um dos exames acabou apontando uma notícia desagradável. Ele indicou um CIA, que nada mais é do que um buraco no coração e, durante o exame, a médica pediu outro exame para ter certeza, uma vez que o lado direito do meu coração estava inchado.

Fiz outro exame para comprovar o diagnóstico, e com a necessidade de fazer uma intervenção cirúrgica, procurei um especialista que me tranquilizou, informou todo o procedimento, que deveria ser feito o mais rápido possível. Então programamos a cirurgia para a primeira semana de novembro, porque eu precisava me preparar, mas devido à urgência nós ficamos aguardando a liberação do plano de saúde.

Mas na quarta-feira (18),o médico me ligou para informar que a intervenção seria realizada no dia seguinte. A partir disso, ele pediu para que eu não me alimentasse mais depois das 23h; cheguei ao Hospital do Coração de Brasília às 06h30; às 07h30 já estava no centro cirúrgico e às 08h30, eu já estava saindo do centro cirúrgico com destino a UTI. O procedimento foi 100%, e o médico disse que aquela tinha sido a melhor cirurgia que ele tinha feito, porque a prótese encaixou perfeitamente no buraco do coração. Graças a Deus, após uma semana e um dia, estou me sentindo muito bem, mas não posso fazer exercícios físicos e nem me estressar ou ter raiva durante um mês, mas depois disso é vida normal.

PLN: Quando o senhor volta às atividades parlamentares?

FR: No dia 6 de novembro.

PLN: Há registro de parentes do senhor que passou por esse seu problema cardíaco?

FR: Sim, perdi minha avó e uma prima que faleceu com nove meses. Esses incidentes ocorreram devido às tecnologias disponíveis na época, que ainda não dispunha deste procedimento cirúrgico. Elas se foram há mais de 35 anos e essa cirurgia é feita há 25 no mundo inteiro.

PLN: O senhor teve medo de realizar o procedimento cirúrgico que foi submetido?

FR: Medo eu tive, mas estava muito confiante e com muita fé em Deus de que tudo iria dá certo, até porque minha equipe médica e minha fé estavam sempre presentes. Além disso, eu estudei como é feito o procedimento, tanto que assisti a um vídeo deste procedimento. Sou muito curioso, mas isso me tranquilizou. O médico disse que não iria sentir nada e hoje não sinto nada de nada, só um leve desconforto no local onde foi introduzido, mas isso é normal.

PLN: Quando a sua cirurgia foi divulgada, membros da oposição especularam que seria uma simulação para não enfrentar mais uma votação contra o presidente Michel Temer. Como o senhor analisou esta situação?

FR: Eu tomei conhecimento disto quando cheguei a Lagarto, antes não porque as pessoas me privavam desse tipo de informação veiculada por pessoas desumanas e sem coração, porque se submeter a uma cirurgia no seu coração por questões políticas é totalmente absurdo. A esses desumanos eu não dou crédito algum e, como não devo instigar esse assunto, o que devo fazer é rezar por essas pessoas para que nem ela e nem ninguém tenha que passar por isso que passei.

PLN: Depois disso tudo, o senhor se sente um ser humano melhor?

FR: A gente faz uma avaliação de toda a nossa vida, como se Deus tivesse nos dado uma nova chance de construir uma vida mais feliz. Por isso, me sinto muito feliz por saber que nosso Pai me deu mais uma oportunidade de vida, e fico imaginando aquelas pessoas que realmente não têm condições, que estão sofrendo num hospital público. Então eu pensei muito e cheguei à conclusão que Deus me deu mais uma chance para cumprir a nossa missão aqui, e eu vou brigar e lutar muito para dar tudo do meu mandato àquelas pessoas que mais precisam.

PLN: Na política, o senhor é filiado ao PMDB, partido do presidente Michel Temer, que de um lado enfrenta a impopularidade e do outro, índices de melhora na economia nacional. Como o senhor analisa esta situação, em que pessoas apontam que o povo deseja a saída dele?

FR: Estamos acompanhando isso observando que a política econômica está dando certo e o nosso país voltou a gerar empregos, enquanto o dólar, os juros e a inflação voltaram a cair. Então, os números estão aí para quem quer ter a certeza que o país está no rumo certo. Não quero, de forma alguma, condenar ou inocentar o presidente Michel Temer, porque quem vai fazer isso é a justiça, a partir de 1º de janeiro de 2019.

PLN: Na política estadual, o governador Jackson Barreto, também do seu partido, anunciou que o candidato à sucessão é o vice-governador, Belivaldo Chagas. Foi uma decisão acertada?

FR: Acertadíssima. Belivaldo é um amigo parceiro, que tem um histórico lindo e trânsito em todos os segmentos da política. Além disso, ele é uma pessoa extremamente acessível, que conhece os problemas do Estado e que merece a nossa confiança e parceria para que o Governo do Estado possa estar em boas mãos.

PLN: JB informou que irá anunciar, no final do ano, se será candidato ao Senado Federal. Se o senhor tivesse o poder da decisão, qual seria?

FR: Acho que a candidatura dele é mais que justa, pois quem conhece a história do governador Jackson Barreto sabe que ele é merecedor do cargo de Senador da República para finalizar a sua missão política em Sergipe. Por isso, ele terá o nosso apoio.

PLN: Comenta-se que JB pode perder o comando do PMDB em Sergipe. O que o senhor tem a dizer sobre isso, uma vez que transita por Brasília?

FR: Fofoca. De forma alguma ele perderá o comando, claro que houveram convites de outros partidos e parte da imprensa tentou criar fatos, mas o PMDB continuará com o mesmo agrupamento e outros nomes que, porventura, queiram se filiar ao partido serão muito bem-vindos.

PLN: Recentemente, o senhor falou que alguns secretários de Estado não ajudam. Depois daquele comentário, houve mudanças?

FR: O governador JB é uma pessoa que conhece, como a palma de sua mão, todos os problemas e trabalha 24h por dia. Então alguns secretários  não acompanham o seu tempo, o seu pensamento. Portanto, eu acho que ele ainda poderia dar uma mexida nos seus secretários, mas essa é uma decisão que cabe apenas a ele. Esse é meu ponto de vista para oxigenar mais o Governo do Estado.

PLN: O senhor acredita que foi uma decisão acertada da Alese autorizar o Estado a prosseguir com o empréstimo milionário para a construção de rodovias, que vão assistir principalmente a região Centro-Sul?

FR: Sim. Recordo-me que fiz um pronunciamento ao meu governador JB, que até a oposição e grande parte da imprensa distorceu, achando que estaria rompendo com o governador. Pelo contrário, se ele é meu governador e do nosso estado, nós temos que cobrar dele sim, e graças a essas cobranças, o governador entendeu a necessidade de melhorar essas rodovias e articulou o projeto com secretários. A construção dessas rodovias é o maior desejo do dele, inclusive a nova estrada que liga o povoado Colônia Treze ao povoado Brasília, refazendo também deste povoado até a cidade de Itaporanga, que foi uma solicitação nossa.

PLN: Em entrevista ao jornalista Jozailto Lima, o senhor deu nota 0,5 à administração Valmir Monteiro. Passado esse tempo, a como o senhor avalia?

FR: Eu vou baixar para 0,3, porque o Mercado ainda continua fechado, porque ele começou a atrasar salários, porque ele não faz uma obra com recurso próprio e porque os postos de saúde estão um caos. Além disso, há uma série de obras, iniciadas na gestão anterior com emendas minhas destinadas para o Município de Lagarto, que já estão com os recursos depositados na conta da Prefeitura, e ela não dá continuidade a execução dessas obras e nem inicia as outras que também destinei para a nossa cidade.

Então são coisas que acontecem e que me fazem rebaixar a nota, pela falta de compromisso, ao nepotismo gigantesco dentro da Prefeitura de Lagarto, a demissão em massa de funcionários e não justifica esse ingerenciamento dentro da Prefeitura de Lagarto.

PLN: Com 24 obras sendo executadas com emendas destinadas pelo senhor, alguns o apelidam de prefeito. Portanto, isso lhe credencia como o novo líder do agrupamento Saramandaia?

FR: Não, porque eu ainda uma longa estrada a percorrer. Eu preciso cumprir meu mandato até o final de 2018, se porventura nas convenções o agrupamento decidir que eu devo ir para a reeleição, irei colocar novamente meu nome a disposição e se o povo achar que eu devo retornar a Brasília, vou com o maior prazer e com mais responsabilidade. E aí, se eu me sentir preparado e a população também achar que devo cumprir a honrosa missão de ser prefeito de Lagarto, serei sem dúvida nenhuma.

PLN: Os Reis votam no PT em 2018?

FR: De forma nenhuma. Chance zero.

PLN: Qual a mensagem o deputado deixa para o povo sergipano?

FR: A mensagem é de gratidão ao povo sergipano, principalmente, aos mais 81 mil eleitores que me concederam o seu voto de confiança e que espero estar retribuindo com meu trabalho em Brasília. Também agradeço a todos que oraram por mim no momento em que mais precisei, através das mensagens de carinho e atenção. Inclusive aos adversários que me enviaram mensagens de apoio, o que me fortaleceu e me deixou muito feliz. A todos muito obrigado pela confiança depositada em mim.

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