AS SESSENTRAÇÕES DE AROLDO MACEDO

22 de fevereiro de 2018 - 23:43, por Claudefranklin Monteiro

Como fã e estudioso do assunto, um dos aspectos que mais me fascina na trajetória histórico-cultural do Trio Elétrico Armandinho, Dodô e Osmar é a sua longevidade. Para além da idade cronológica, os Irmãos Macedo se reinventam e reinventam a tradição a cada novo carnaval. Vê-los partilhar as suas memórias no palco, na terceira temporada de um show acústico me dá a certeza que a música popular brasileira é notável, única e atemporal.

Formado pelos filhos do primeiro casamento de Osmar Macedo (Alberto, Armandinho, Aroldo e André, o grupo está junto desde 1975, quando, oficialmente, saíram nas ruas de Salvador com seu primeiro trio elétrico, invenção da dupla Dodô e Osmar, em 1950. Na fobica ou no fobicão, eles se rejuvenescem em cima do caminhão, de onde esbanjam simpatia, talento e vitalidade.

Criados num ambiente musical, se notabilizaram cada um com seu talento. Se Armandinho é a grande estrela, Betinho a cadência, André a voz do trio, Aroldo se tornou uma das grandes referências da trupe, sendo responsável pela gerência de todas as atividades, dentro e fora da época carnavalesca, numa toada incansável e na maioria das vezes tensa e estressante. Nada, porém que não lhe tire o viço.

Aroldo Costa Macedo nasceu em Salvador, no dia 23 de fevereiro de 1958.  Mais precisamente em casa, no Bairro de Campinas do Pirajá, pelas mãos de parteira. Ali, era a residência da família e nos fundos, um grande galpão onde funcionava a metalúrgica de seu pai. Cresceu ao som de máquinas e de música.

Sua mãe havia perdido dois filhos antes e Aroldo sentia-se protegido em razão disso, mesmo com a chegada de André, o caçula. Ficou órfão em tenra idade, aos três anos. O episódio além de marcante e doloroso para ele, também significou uma mudança de vida, pois ele e seus irmãos tiveram que morar com a avó, mãe de seu pai, e de suas tias que viviam juntas. Um cenário bastante propício para um recomeço ainda tão cedo.

Trabalhando muito e viajando em razão das demandas da profissão, Osmar sempre encontrava tempo para estar com os filhos, mesmo constituindo uma segunda família. As memórias de Aroldo rementem a momentos regados de muita música. Armandinho aprendeu a tocar com o pai logo cedo e passou a ser modelo a ser seguido pelos demais.

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Salvador-BA, 06.04.2017

Quando jovem e ainda muito jovem, Aroldo se via imerso numa decisão inevitável: ser músico e viver disso. Nesse sentido, os anos 70 se apresentaram como significativos e ele e seus irmãos não tardaram para iniciar uma carreira que trazia um legado inventivo e importante. Era uma época de Gil e Caetano despontando com força para o país, dos Novos Baianos e de Moraes Moreira e das influências do rock in roll.

Os anos que se seguiram, em que pese a morte de Dodô em 1978 e de Osmar em 1997, se apresentaram como um ritual de passagem. Os filhos da alegria se multiplicaram em novos trios, cantores e cantoras. Do Axé ao Baiana System, o Trio Elétrico Armandinho, Dodô e Osmar se transformou numa marca identitária da Bahia, onde Aroldo encontrou espaço para algo que não ficou numa sobrevida ou num sucesso de ocasião.

Músico, instrumentista, letrista, produtor, administrador, amante da história do carnaval elétrico da Bahia e parte disso com um capítulo singular, Aroldo Macedo chega aos sessenta anos de idade, superando todas as expectativas, sobrevivendo a blocos e cordas e mantendo vivo um jeito todo especial de ser folião, no chão da praça, na ladeira da montanha, na barra ou no campo grande, ressoando a arte e a alegria.

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