André Barbosa: “Um cara muito louco!”

29 de novembro de 2015 - 00:21, por Alexandre Fontes

 

Entrevistado da semana

Entrevistado da semana

A entrevista da semana é com o professor da Escola Municipal Suécia e Presidente do Rotary Club de Lagarto, André Barbosa de 36 anos de idade. Durante a entrevista você vai perceber que ele é um amante apaixonadíssimo pela cultura e pelo conhecimento, além disso, conhecerá um pouco da historia de um jovem rapaz que sempre buscou o conhecimento em tudo o que se prestou a fazer. Um homem culto, sonhador e obstinado ou como ele mesmo diz: “Um cara muito louco!”.

Ao final da breve conversa, André deixou um recado especial à comunidade de Lagarto, acompanhe a entrevista na íntegra:

Lagarto Notícias: Quem é André Barbosa?

André: Boa pergunta, André Barbosa é um cara que sonha com várias coisas, que tem determinação, coragem e que não ver obstáculos para não ser vencido, acho que todos os obstáculos servem para a gente crescer. Ai é André Barbosa, um cara muito louco que tenta transformar o que ele faz em um grande prazer, primeiro pessoal e depois profissional porque se você não gostar do que você faz você nunca será um bom profissional.

LN: Qual ou quais as formações de André Barbosa?

André: Sou graduado em Letras pela Universidade Estadual Vale do Acaraú, pedagogia pela Faculdade Integrada Faiara e tecnólogo em turismo pela Universidade Federal de Santa Catarina. Acho que cada formação foi melhorando meus aspectos como ser humano e também como profissional.

LN: O senhor é um amante da cultura, como surgiu essa atração? E a partir de quando ingressou na referida área no município de Lagarto?

André: Bem, tudo começou na minha infância ouvindo um programa de rádio, no qual quando chegava perto do aniversário de Lagarto, Adalberto Fonseca falava sobre a riqueza cultural que a cidade tinha e que algumas delas estavam esquecidas. Dai, vendo-o falar e se expressar daquela maneira, eu busquei aprender mais sobre a cultura do meu município, quando estudei no Colégio Estadual Evandro Mendes, eu aprendi, com a professora Teresa Angélica, que a nossa identidade é o que nos fazemos e ai eu fui buscando saber aquilo que nós fazemos que é as nossas tradições e tudo que nos cerca e que forma o nosso saber. Em seguida, eu conheci o seu Gerson e fui me apaixonando mais ainda pela cultura, especificamente, na área folclórica que eu tanto admiro o povo simples e o seu jeito de se manifestar. Após tantas buscas, eu ingressei na associação folclórica e fui convidado a fazer algumas viagens com os grupos folclóricos e fui adquirindo mais saberes sobre o nosso povo.

Já a minha atuação na cultura tem 20 anos. Iniciei com 16 anos e aos 18 já estava trabalhando no Departamento de Cultura com Gilda e Fernanda, dai começamos a movimentá-lo, primeiro com pequenas exposições, com pequenos movimentos culturais, com apresentações da filarmônica, dos grupos folclóricos até que iniciamos o Sarau na biblioteca que foi um grande sucesso e acontecia uma vez por mês com o apoio do grupo Tecendo o Amanhã, o que ajudou a fortalecer o conhecimento. A partir dai surgiu uma nova busca, a busca pela valorização da nossa cultura municipal, ai foi na primeira Conferencia Municipal de Cultura que a gente deu, novamente, uma sacudida para mostrar que nossa cidade está viva culturalmente. E o que falta é a gente desempenhar mais o nosso papel como cidadão e não somente esperar pelo poder publico. Logo após eu comecei a viajar fui convidado para ser pesquisador e analista de alguns projetos e foi assim que eu fui ampliando o meu saber cultural.

LN: Lembro que o senhor foi diretor do Espaço Cultural Charles Brício.

André: Devido ao meu conhecimento cultural, eu fui convidado para atuar em outras instituições. Eu atuei na Fundação Cultural Charles Brício e fomos trabalhando e idealizando projetos culturais grandiosos para a nossa Lagarto. Dai a gente foi percebendo a necessidade das nossas instituições filantrópicas terem todas as documentações em dias. A partir dai fui adquirindo conhecimento sobre as leis que regem e protegem a nossa cultura porque infelizmente o nosso país é rico culturalmente falando, mas a proteção dos nossos bem patrimoniais, na prática, não existe.

LN: André também atua organizando eventos. Como surgiu essa paixão pela área de cerimonial?

André: Acho que isso foi um casamento perfeito, primeiro pela cultura que para ter um respaldo maior deve ser executado de maneira bem organizada e eu acho que tudo na vida tem que ser bem organizado. Dai, eu comecei a atuar com Angélica Amorim como assistente da mesma, no qual eu fui adquirindo conhecimento, depois eu fui à busca desses conhecimentos em cursos ministrados em outros estados para melhorar a minha atuação como profissional. Percebi que ser cerimonialista é uma paixão que temos que ter, não simplesmente pelo financeiro, mas a paixão porque a gente trabalha com sonhos e realizações, e quando a gente ver um casal satisfeito com o que a gente conseguiu produzir para eles é perfeito. E a minha atuação como cerimonialista, foi iniciada em 2004, além disso, a procura naquela época não era tanto quanto hoje.

Hoje o mercado exige que existam profissionais qualificados e que realmente saiba por em pratica o que é um cerimonial e eu fui ampliando esse conhecimento. Foi quando senti a necessidade de me qualificar, foi em 2010 que eu tive a oportunidade de fazer o curso de tecnólogo em turismo e lá eu aprendi que realmente o protocolo deve ser feito e analisado conforme a regra, o cerimonial tem que ter pontualidade e objetivo e nunca fugir do seu programado. São 11 anos e a cada dia eu tenho a necessidade de aprender. Eu não sei tudo, nem quero saber de tudo, eu quero sempre aprender mais! Não são detalhes mínimos que vão fazer a diferença, mas sim grandes detalhes e a minha qualificação é nesse sentido de saber como se organizar e se programa cada evento.

LN: Recentemente você assumiu a presidência do Rotary Club de Lagarto, como tem sido essa experiência e como foi aceitar esse desafio?

André: Realmente é um desafio, eu estou na família Rotary desde 2006 quando fui convidado a criar o Rotaract Club de Lagarto, e eu não sabia o que era Rotary e porque eu fui convidado? Na época eu trabalhava, como voluntário, no asilo Santo Antônio, o qual tenho uma paixão imensa pela obra de caridade no asilo, como também com alguns amigos nas 11 casas de apoio.

Foi um desafio porque eu não sabia, nem conhecia o que era Rotary e tinha que convencer 20 jovens a se Rotaractear. Conseguimos formar o clube, começamos a estudar, saber mais e se apaixonar porque o Rotary é uma porta muito larga de conhecimento, de amizade e principalmente de ajudar o próximo. Nós temos um lema famoso: “DAR DE SÍ, ANTES DE PENSAR EM SÍ”, e realmente antes de tudo você tem que se doar ao outro para depois você receber em troca tudo aquilo que você fez de bem. Então, nós temos um sistema de ser companheiro, o Rotary não tem função assistencialista, mas de sustentabilidade, ensinar, dar ajudar e ensinar a pescar porque o peixe dado vai se acabar, se você aprender a pescar terá sempre um peixe em casa. E quando me fizeram esse convite, eu aceitei um desafio de organizar uma casa que eu gosto muito, de tentar melhorar juntos com meus companheiros a atuação social e estamos conseguimos fazer um pouco, mas é um pouco que faz a diferença no município.

LN: Qual a sua maior alegria e tristeza em todos esses anos?

André: Uma das alegrias foi quando, em 2006, o nosso grupo folclórico [os parafusos] foi convidado para representar o Brasil no maior evento de cultura em Portugal e na Síria. Mas, infelizmente, a minha tristeza é que não conseguimos recursos e o tempo hábil de providenciar passaporte não deu porque foi muito rápido, essa foi uma das minhas alegrias como profissional. Foi uma alegria imensa de ver a nossa cidade sendo valorizada lá fora, o nosso grupo folclórico, os meninos que hoje sentem vergonha de dançar em Lagarto, lá fora são estrelas, dão autografo e isso é um orgulho pra gente.

E como pessoa a maior alegria foi o nascimento da minha sobrinha Letícia e a tristeza foi a partida dos meus pais em 2012, foram partidas muito próximas. E eu aprendi com meus pais que na tristeza a gente tem que se recolher, mas não permanecer na tristeza porque o dia de amanhã é o dia de alegria e a vida continua. Foi um momento de tristeza, mas também de reflexão, nós estamos aqui de passagem, então temos que curtir beber e chorar, hoje. Amanhã, se tivermos vivos, agradecer.

LN: Qual a mensagem que André gostaria de deixar para o povo de Lagarto?

André: Que cada lagartense se veja como lagartense que ame mais ainda e valorize os seus filhos. Porque a gente de Lagarto, somos tão bons, mais tão bons! Que às vezes esquecemo-nos de amar e valorizar os nossos e ver como somos grande. Então Lagarto primeiro tem que ver os de casa, valorizar os de casa e acolher os de fora, lembrando que os de casa tem um peso maior porque nós somos lagartenses, bairrista e moramos numa terra de grandes nomes seja do passado como no presente e outros nomes que virão no futuro. Lagartense é isso, valorizar o sempre a nossa lagartinidade, a gente tem que valorizar mais.

 

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