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Vinícius de Moraes
12 de março de 2016 - 08:18, por Moacir Poconé
Hoje, na coluna “Nossa Língua”, trataremos de um dos poetas mais populares do Brasil. Vinícius de Moraes, além de famoso compositor, sendo um dos criadores da Bossa Nova, é um dos poetas mais líricos de nossa Literatura. Soube como poucos falar sobre o amor e suas desventuras. Trouxe de volta o soneto, forma clássica composta por dois quartetos e dois tercetos, cantando os mais variados sentimentos nessa estrutura. Além disso, fez poesia social, religiosa e também infantil, destacando–se a sua obra “Arca de Noé”.
Dois dos seus maiores sonetos são “Soneto de Fidelidade” e “Soneto de Separação”, abaixo transcritos:
SONETO DE FIDELIDADE
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
SONETO DE SEPARAÇÃO
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Por Moacir Poconé