Comportamento do empreendedor na gestão

13 de setembro de 2016 - 12:58, por Dager Aguiar

Na semana passada, em nosso primeiro artigo, apresentamos que esta coluna se dedicará a explorar os temas “Empreendedorismo e Gestão”, buscando uma alternância semanal entre esses dois temas. Uma alternância que nos permita, embora de forma didática, a montagem de um quebra-cabeça com as diferenças e complementaridades desses dois temas. Do empreendedorismo queremos extrair aquilo que inspira o comportamento do empreendedor e na gestão vamos mergulhar nos modelos e ferramentas que instrumentalizam a dinâmica da administração das empresas, dos negócios, das nossas carreiras e, inclusive, das nossas vidas. Hoje é a vez do empreendedorismo, seu conceito e um pouco de sua história. Apesar de sua popularidade ser recente, e ainda crescente, o seu estudo remonta ao século XVIII, quando em 1755 o economista francês Richard Cantillon, em seu ensaio sobre a “Natureza do Comercio em Geral”, descreveu o empreendedor como uma pessoa que corria o risco de adquirir um determinado produto por um preço para vendê-lo por um preço incerto. Dessa forma, já nos primórdios da origem do conceito de empreendedor se inserem o risco e a incerteza. Com o economista Adam Smith, em sua obra a “Riqueza das Nações” (1776) vimos um empreendedor como agente econômico que converte a procura em oferta. Para Smith, o empreendedor era um fornecedor de capital e ao mesmo tempo um administrador que se inseria entre o trabalhador e o consumidor, atento às oportunidades. Por outro lado, em “Princípios de Economia Politica” (1871), o economista Carl Menger, em sua teoria da utilidade marginal (quanto mais temos um bem menor é o seu valor) ensinava que um produto possui um preço determinado em função do valor que cada pessoa dá a ele, podendo assim variar para cada um de nós. O preço justo, portanto, será aquele que o comprador está disposto a pagar. Menger definiu o empreendedor como aquele que transforma recursos em produtos e serviços úteis. Podemos dizer então, que para Menger, não existia o empreendedor-atravessador estigmatizado nos dicionários como o intermediário que busca o maior lucro possível. Nesse contexto, também é importante o que nos diz o filósofo português, George Agostinho Baptista da Silva, que não seria a ação de intermediar que configuraria o crime do empreendedor, mas uma tentação oportunista afastada das regras da ética e da moral.

O economista Jean-Baptiste Say, autor de “Tratados de Economia Política” (1803), considerava o empreendedor como o responsável pelo desenvolvimento e crescimento econômico enquanto individuo que inova. O destaque era para um empreendedor preocupado em reunir os fatores de produção, estabelecer o valor dos salários, o juro pago, aluguel e lucro. Embora para alguns autores, Jean-Baptiste Say seja considerado o pai do empreendedorismo, foi Joseph Alois Schumpeter quem mais popularizou o conceito de empreendedorismo a partir do seu livro “Teoria do Desenvolvimento Econômico” (1911) onde insere pela primeira vez sua teoria de empreendedorismo baseada nos processos de inovação.

Em 2004 participei da Conferência Internacional sobre Inovação, na “Universitá Bocconi” de Milão-Itália, quando se discutiu o legado de Schumpeter e sua crença que, no mundo real, a arma competitiva não eram os preços baixos, mas os novos produtos e as novas técnicas. Em Schumpeter temos o conceito de empreendedorismo mais próximo do atual, quando se refere à inovação e às formas como elas são introduzidas nas empresas pelo indivíduo-empreendedor. É possível identificar duas fases distintas ao longo da cronologia de sua vida e que, por sua vez, estão associadas aos dois padrões básicos de inovação revelados em suas teorias Mark-I e Mark-II. Na primeira fase (Teoria Mark-I) ele apresenta o papel ativo do indivíduo inovador, que são os espíritos selvagens da destruição criadora que promovem as mudanças nas condições econômicas. Em sua segunda fase, com o surgimento do nazismo e sua ida para os Estados Unidos, Schumpeter passou a destacar o papel das empresas no processo de inovação (Teoria Mark II). Nessa segunda fase se configura o padrão de acumulação criadora, que minimiza a importância de novos indivíduos inovadores e destaca a força das empresas.

Finalmente, não poderíamos falar de empresas e seu papel no processo de inovação sem mencionar aquele que, considerado o pai da administração moderna, dedicou sua vida ao pensamento da Ciência da Administração, Peter Drucker. Em sua publicação “Fator Humano e Desempenho” (1991), Drucker descreveu o empreendedorismo como a ação árdua, criativa, difícil e arrojada de empreender e que não é arte nem ciência, mas uma prática e uma disciplina que pode ser apreendida. Então, vamos juntos desenvolver essa prática e construir essa disciplina que pode transformar nossas vidas? Vamos juntos acordar o nosso espírito selvagem, quem sabe adormecido por nosso comodismo, e vamos promover as mudanças que nos trarão um futuro melhor? É o que pretendemos explorar na dimensão empreendedorismo desta coluna. Com certeza você conhece alguém com esse espírito. Mas, para não perder de vista o quebra-cabeça proposto no início desta nossa conversa, também não se esqueça de refletir em como anda a capacidade de gestão desse empreendedor. Até o próximo Empreendedorismo e Gestão.

Por Dager Aguiar

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