BRAINSTORMING – A explosão de ideias para a escolha de um caminho

19 de setembro de 2016 - 10:53, por Dager Aguiar

Novas ideias são a base dos processos de inovação que fundamentaram as teorias de empreendedorismo apresentadas em nosso último artigo. Mas de onde vem essas novas ideias, e como elas surgem? Como se dá essa “ação árdua, criativa, difícil e arrojada de empreender” que Peter Drucker chamou de empreendedorismo e que, segundo ele, é uma prática e uma disciplina que podemos aprender? Construir boas práticas e estabelecer disciplina exige muita dedicação. Nosso amigo Aurélio chega a definir o ato de tomar disciplina como o de flagelar-se, o que me leva imediatamente à figura de Jesus na cruz: muito suor e sangue. E sendo hoje o dia de nosso artigo sobre gestão, também vamos extrair dessa imagem os 99% de transpiração necessária para chegarmos à genialidade, como definiu Thomas Édison em nosso primeiro artigo. Mas vocês lembram a proposta de estrutura desta coluna nos dias de gestão? Se não lembram, resgatamos: na gestão vamos mergulhar nos modelos e ferramentas que instrumentalizam a dinâmica da administração das empresas, dos negócios, das nossas carreiras e, inclusive, das nossas vidas. Assim, vamos agora apresentar uma ferramenta chamada “Brainstorming”, sua origem, formas, objetivos, princípios, regras, etapas e orientações para sua aplicação.

“Brainstorm” vem da união de duas palavras do inglês: “brain” (cérebro) mais a palavra “storm” (tempestade). Assim, em sua tradução mais direta chegamos a origem do termo “tempestade cerebral”. Adicionando-se o complemento “ing”, que na gramática inglesa é o nosso gerúndio (aquilo que nos dá a ideia de ação), temos o “Brainstorming” que é uma técnica para gerar uma ação de tempestade mental ou tempestade de ideias. De uma forma bem popular, e até mesmo reducionista, alguns chamam de “chuva de palpites”. Entretanto, quando analisamos esse método, que foi criado nos Estados Unidos pelo publicitário Alex Osborn como uma técnica de criatividade, compreendemos que o método vai além de um descomprometido exercício de dar palpites. Existem duas formas de “Brainstorming”, o individual e o em grupos. Podemos considerar para as duas formas os mesmos objetivos, princípios e regras, se diferenciando apenas por algumas alterações nas etapas e orientações gerais para sua aplicação.

Quanto aos objetivos temos: (1º.) explorar a potencialidade criativa de indivíduos ou grupos; (2º.) exercitar a diversidade de pensamentos para gerar soluções inovadoras; (3º.) reunir o maior número de ideias, visões, propostas e possibilidades para solucionar problemas.

O Brainstorming tem como princípios: (1º.) Atraso no julgamento. O que é isso? De um modo geral, em consequência de nosso próprio processo educativo, somos apressados em nosso julgamento. Quantas vezes julgamos os outros sem nem ouvir as versões de suas histórias. Assim, quem se apressa acaba perdendo muitas histórias, mas se conseguirmos atrasar nosso processo mental de julgamento estaremos permitindo a nossa mente criativa gerar mais e mais ideias. (2º.) Quanto mais melhor. Quanto mais ideias forem geradas, maior a probabilidade de encontrarmos uma boa ideia.

Algumas regras são fundamentais para o sucesso da técnica de brainstorming.

(i) Críticas são rejeitadas. É proibido debater e criticar as ideias apresentadas. Na forma de brainstorming individual precisamos nos libertar de qualquer pré-julgamento de nossas próprias ideias. É fundamental vivenciarmos um momento de profunda liberdade de pensamento e de expressão.

(ii) Nenhuma ideia deve ser desprezada. Quantidade é necessária, lembre-se do segundo princípio: mais ideias = mais chance de se encontrar uma boa.

(iii) Explorar ideias já apresentadas, aperfeiçoando-as ou recombinando grupos de ideias apresentadas. Deve-se estimular a reapresentação de uma ideia combinando com outras.

(iv) Igualdade de oportunidade. Todos devem ter chance de apresentar suas ideias, principalmente na forma de brainstorming em grupos.

Para que a técnica de brainstorming apresente maior grau de sucesso em seus objetivos, é importante que seja estruturada nas seguintes etapas: (1ª.) Definição do problema, preparação e apresentação de um contexto do problema que se pretende resolver; (2ª.) Geração da ideia (momento central da técnica que é a geração de um maior número de ideias possíveis); (3ª.) Encontrar a solução (avaliar, selecionar e aprofundar as melhores ideias);

Seguem ainda algumas orientações gerais para o brainstorming, principalmente na forma de grupos. Organizar grupos de 6 a 12 pessoas e ter no grupo um líder e um secretário para as anotações (ou um gravador); Requisitar novas ideias aos participantes, observando a ordem em que se inscrevem e estimulando a participação de todos; Realizar sessões de brainstorming com duração aproximada de 30 minutos; selecionar um grupo de 3 a 7 pessoas (sempre grupo ímpar) para a etapa de avaliação e seleção das melhores ideias;

Pronto, agora você está preparado e pode exercitar essa explosão de ideias para a escolha de um melhor caminho a seguir. Se você está empregado, reflita em como poderia sugerir essa técnica para a melhoria de algum processo que não está funcionando bem em sua empresa e se prepare para liderar essa sessão de brainstorming. Se você é o dono da empresa, reúna seus colaboradores e estimule-os a desenvolverem sessões de brainstorming para criar um novo produto ou serviço para sua empresa. Neste caso, alguns estudiosos da técnica sugerem que você não seja o líder de forma a não inibir a participação. Aproveite então para desenvolver líderes em sua empresa. Se você é um profissional liberal ou ainda um estudante, mergulhe em uma sessão de brainstorming individual desafiando seu espírito de inovação. Quem sabe ainda não voltamos em um artigo futuro a mergulharmos juntos, passo-a-passo, nesse exercício. Até o próximo Empreendedorismo e Gestão.

Por Dager Aguiar

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