Planejamento e Gestão da Mudança

16 de abril de 2017 - 12:19, por Dager Aguiar

Na primeira carta de São Paulo aos Coríntios, Paulo de Tarso, discípulo de Jesus e um dos principais difusores do Cristianismo, escreveu “Purificai o velho fermento, para que sejais uma nova massa, assim como sois sem fermento. Pois, na verdade, Cristo, que é nossa páscoa, foi imolado.
Por isso celebremos a festa, não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade.”
Em sua mensagem de Páscoa, Dom Anuar Battisti, arcebispo metropolitano de Maringá (PR), afirma que o nosso mundo está em permanente transformação e por isso, a Páscoa, não deve ser uma celebração que dure apenas o domingo de Páscoa. Ela é uma Páscoa perene, que nos leva a mudar sempre para uma vida melhor e que possamos assumir a graça de viver sempre iluminados. Dentro de cada um nós existe uma força interior muito poderosa que é capaz de disparar todos os nossos processos de mudança, por mais difíceis que sejam. Trata-se da nossa motivação: um motivo para a ação. Mas como encontrar esses motivos? As empresas, assim como as pessoas precisam encontrar esses “motivos” impulsionadores de seus processos de mudança. Inúmeras são as teorias da administração que procuram compreender os fatores responsáveis pelo chamado “ciclo motivacional”. Hoje é dia da Gestão e vamos apresentar uma ferramenta muito utilizada pelas empresas para sistematizar a identificação desses motivos para a mudança a partir da análise de cenário (ou análise de ambiente). Trata-se do método SWOT do inglês (Strengths=Forças), (Weakness=Fraquezas), (Opportunities= Oportunidades) e (Threats= Ameaças) cujos termos em português formam a muito conhecida FOFA ou ainda PFOA (Potencialidades, Fragilidades, Oportunidades e Ameaças). Essa técnica é muito utilizada na gestão e planejamento estratégico das empresas. Alguns autores apresentam que o termo SWOT foi criado por dois professores da Harvard Business School: Kenneth Andrews e Roland Christensen. Ainda que outros pesquisadores argumentem que não existem registros precisos sobre a origem desse tipo de análise, prefiro me alinhar aqueles que apresentam Albert Humphrey como o criador da técnica ou pelo menos de uma variação dela a partir de uma proposta estruturada inicialmente para uma pesquisa na Universidade de Stanford nas décadas de 1960 e 1970. Encontrei, em um boletim do Natal de 2005 de ex-alunos do Instituto de Pesquisa da Universidade de Stanford, um relato baseado em documento deixado por Humphrey, antes de sua morte ocorrida em outubro desse mesmo ano. Nesse relato Humphrey apresentava sua versão sobre a origem dessa técnica que foi utilizada em uma pesquisa de dados da revista Fortune com mais de 500 corporações e envolvendo mais de 5.000 executivos. O questionário iniciava com a pergunta: O que é bom e ruim no trabalho? Depois a pergunta foi dividida em presente e futuro, ou seja, o que é bom e ruim no presente e o que é bom e ruim no futuro. O que é bom no presente é Satisfatório, no futuro é Oportunidade. O que é ruim no presente é uma Falha ou defeito e no futuro é uma Ameaça. Assim ele chegou ao termo SOFT (Satisfactory, Opportunities, Fault e Threats). Entretanto como depois se transformou em SWOT o próprio Humphrey não sabia explicar.

O planejamento, via SOFT, baseava-se ainda na melhoria de seis fatores: (1) melhores produtos; (2) melhores processos; (3) melhor relacionamento com clientes; (4) melhor distribuição; (5) melhores resultados financeiros e (6) melhoria na gestão. Podemos dizer então que Humphrey resumiu em 06 (seis) os motivos, apresentados acima, que seriam impulsionadores da Páscoa Empresarial. Assim, a metodologia SOFT estruturava a produção de insights a partir da análise desses fatores com o objetivo de mudança para um melhor posicionamento da empresa no mercado.

Com a evolução da técnica para SWOT a análise foi dividida em: (i) Ambiente interno – busca analisar os principais aspectos que diferenciam a empresa dos seus concorrentes a partir de suas forças e fraquezas; O ambiente interno é considerado sob o controle da direção da empresa. Assim, quando for percebido um ponto forte, ele deve ser ressaltado ao máximo; e quando for percebido um ponto fraco, a empresa deve atuar rapidamente para controlá-lo ou, pelo menos, minimizar seu efeito. (ii) Ambiente externo analisa os fatores provenientes de mercado e seu entorno a partir de potenciais oportunidades e ameaças; Já o ambiente externo está totalmente fora do controle da organização. Embora não podendo controlá-lo a empresa precisa conhecê-lo e monitorá-lo para aproveitar as oportunidades e evitar as ameaças. No caso das ameaças, quando não for possível evitá-las é preciso definir ações para enfrentá-las, minimizando seus efeitos. Assim, a combinação dos ambientes interno e externo, e das suas variáveis (Forças e Fraquezas; Oportunidades e Ameaças) vão facilitar a análise de elementos para a tomada de decisão sobre as estratégias de negócios da empresa.

A técnica SWOT, apesar de ser muito utilizada na gestão e planejamento estratégico das empresas, pode também, devido a sua simplicidade, nos ajudar em muitas de nossas decisões pessoais. Na realidade, segundo a professora da Universidade de Brasília (DF) e doutora em Ciência da Informação, Dra. Kira Tarapanoff, a idéia da análise SWOT já era utilizada há mais de três mil anos quando cita em uma epígrafe um conselho de Sun Tzu: “Concentre-se nos pontos fortes, reconheça as fraquezas, agarre as oportunidades e proteja-se contra as ameaças ” (SUN TZU, 500 a.C.). Adotamos o método “Dialógico” do filósofo Sócrates, através do qual as pessoas podem encontrar suas próprias estratégias de ação ao se questionarem sobre suas forças, oportunidades, fraquezas e ameaças, para apresentar, a seguir, algumas perguntas que podem ajudar a exercitar a FOFA:

(1) FORÇAS:

– Quais são minhas habilidades?

– Qual a minha maior vantagem competitiva?

(2) OPORTUNIDADES:

– Estou atento às novas tecnologias?

– Acompanho as mudanças no mercado?

(3) FRAQUEZAS:

– Onde preciso reforçar meus conhecimentos?

– Por quê não fui escolhido naquela entrevista?

(4) AMEAÇAS:

– Acompanho a concorrência nas minhas atividades?

– Observo à demanda de profissionais na minha área?

Enfim, esse é um caminho para ampliarmos nossos pontos fortes, aproveitarmos as oportunidades, melhorarmos nossos pontos fracos e nos prepararmos para as ameaças. No entanto, após encontrarmos os motivos para a mudança, ação continuará sendo nosso maio desafio. Então até o nosso próximo Empreendedorismo e Gestão.

Por Dager Aguiar

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