Termogênese e seus mecanismos fisiológicos

30 de outubro de 2017 - 09:39, por Rafael Pires

A termogênese, processo que ocorre naturalmente em nosso corpo, pode vir a ser amplificado a partir da alimentação, atividade física, medicamentos e fitoterápicos. O corpo possui dois tipos de gordura, a branca e a marrom. A primeira é composta basicamente de triacilgliceróis e tem baixa atividade mitocondrial, é a gordura que se excede com o excesso da alimentação. Já a marrom é oxidativa, mais fácil de ser queimada para geração de substrato energético. A biogênese mitocondrial (Aumento na densidade mitocondrial muscular e atividade enzimática), assessorada pela perfusão sanguínea, estão associados a alteração na concentração de tais gorduras.

Exercícios de alta intensidade são os que mais auxiliam nessa hipertrofia mitocondrial, seja exercício aeróbios ou anaeróbios, estimulando a via da AMPK, através da quebra do ATP, através principalmente da depleção do glicogênio muscular, modulada pelo adrenalina, cortisol e glucagon e da liberação de cálcio no reticulo sarcoplasmático. que através da SIRT1, sinalizará a expressão da PGC-1a e PPARy para no núcleo da célula estimular a transcrição da biogênese mitocondrial.

Quando realizamos um exercício de média intensidade ou baixa intensidade de, estimulamos a termogênese através do centro regulador no hipotálamo, aumentando a vascularização (dilatação das artérias) e mantendo a temperatura corporal através da sudorese. Estes mecanismos ocorrem através da noroepinefrina, um simpaticomimético que estimula a gordura marrom a gerar mais energia. Ou seja, utilizamos ácidos graxos da lipólise e a glicose como fontes de energia.

Mas afinal, qual é o melhor caminho? Como a nutrição entra nessa história?

Pois bem, é de suma importância que ocorra a otimização da nossa máquina metabólica, a mitocôndria, da angiogênese (crescimento de novos vasos sanguíneos) para auxiliar na lipólise, recuperação pós exercício e hipertrofia muscular. Alguns alimentos estimulam diretamente ou indiretamente esses mecanismos, podendo ter efeitos sinérgicos em prol da lipólise, como é o caso da niacina e do resveratrol com estimulo simpático e uma maior expressão de PGC1a (termogênese adaptativa), liberação de noroepinefrina/noradrenalina através dos TCMs, ômega-3, capsaicina, mentol, inbição da fosfadiesterase pela cafeína, estimulo do receptor adrenérgico beta 3 pelo citrus auratium e as catequinas do chá verde, com atuação direta na inibição da Catecol-O-metiltransferase (COMT), elevação dos níveis de catecolaminas, e o aumento da atividade do sistema nervoso simpático.

Óbvio que existem milhares de fitoterápicos, como também estratégias nutricionais, como jejum intermitente, dieta cetogênica, low carb ou ajustes mais simples para aumentar a expressão do ampk e estimular tanto o PGC1-a como o HSL (lipase hormônio sensível).

Esse elo anda sempre de mãos dadas, nutrição e atividade física são as portas de entrada para um bom funcionamento hormonal e de todo corpo. Cuide-se, busque um profissional qualificado e garanta uma “poupança” para seu futuro!

Divulgação