ÉDSON GOMES, O PROFETA DO TEMPO PRESENTE

14 de dezembro de 2017 - 10:31, por Claudefranklin Monteiro

            Ontem, dia 13 de dezembro, dia dedicado a Santa Luzia, por volta do meio-dia, minha esposa foi assaltada, a mão armada, por dois meliantes. Ela estava chegando de seu trabalho, ela é professora, quando foi abordada e teve seus pertences levados. Tudo isso flagrado pelas câmeras de segurança de nossa casa e das casas da vizinhança.

            Graças a Deus, não houve nenhum dano físico, apenas perdas materiais, como seu celular: objeto de consumo predileto em roubos praticados, geralmente, por menores e adolescentes, como pareceu ser o perfil dos referidos assaltantes.

            Infelizmente ela não foi a primeira e creio não será a última vítima desse tipo de ação, que vem se tornando corriqueira em Lagarto e em várias partes do país. Não faz uma semana, o poeta Assuero Cardoso Barbosa e seu sobrinho foram amarrados por ladrões, depois que invadiram e assaltaram seu sítio.

            Estamos vulneráreis. Como dizia o poeta Renato Russo: “Os assassinos estão livres. Nós não estamos”. Foi-se o tempo em que podíamos andar livremente pelas ruas de Lagarto, sem temor algum. Alcancei uma época que nossas casas não tinham grades e as janelas, geralmente, ficavam abertas.

            Esse quadro de câncer social em que estamos vivendo, inclusive em nível nacional, desde os anos 90 vem sendo apontado e, de certa forma, “profetizado” pelo cantor Édson Gomes. Natural de Cachoeira, na Bahia, 1955, trouxe para o Brasil a musicalidade reggae e se tornou um dos artistas mais conhecidos do gênero, com inúmeros sucessos ainda tocados e amplamente atuais.

            Quando cursava as disciplinas do Doutorado, tive a oportunidade de mergulhar em sua discografia e até escrevi algo a respeito, em forma de artigo científico. Sua essência é a religiosidade evangélica, com letras baseadas no Antigo Testamento e no Apocalipse. Mas foi como ativista que Édson Gomes passou a incomodar na mídia e a mídia, bem como as autoridades constituídas.

            Denuncista de um sistema falido e de uma sociedade falida, suas canções são um convite para pensar sobre esse estado de coisas que vivemos, cuja solução estou muito pessimista de ver encontrada. Está tudo tomado por uma teia de corrupção e inércia sem precedentes. Como diz Édson: “A gente precisa de um Super-Homem. Que faça mudanças imediatas”.

            O mais revoltante disso tudo é ter que discutir com pessoas que ainda defendem a tese de quem os sujeitos que assaltaram minha esposa são tão vítimas quanto ela. Pois “os coitados” não encontram outra forma de viver dignamente por conta das atuais políticas públicas excludentes e ineficientes.

            Enquanto os Direitos Humanos estiverem a mercê de quem não pratica atos humanos e civilizados, cidadãs trabalhadoras, mães de família e profissionais do gabarito de minha esposa continuarão sendo assaltadas a mão armadas e até mortas por esses sujeitos. “Cidadãos” que gostaria de definir de outra forma, não fosse a vigilância contraproducente dos politicamente corretos.

            Anseio por justiça e não por vingança. Sou Cristão e procuro ser pacifista. Entrego a Deus, como se diz. Mas há limites para tudo e para a impunidade já foram ultrapassados todos os limites. Pode até não ser verdade ou precipitada a máxima que diz que “bandido bom é bandido morto”. Mas solto e protegido por direitos e mais direitos, se vivo, penso que a cadeia seria uma boa serventia.

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