Eduardo de João Maratá: “Há essa possibilidade de fazer a auditoria”

16 de dezembro de 2018 - 20:06, por Marcos Peris

Portal Lagarto Notícias

Confira a Entrevista da Semana com o vereador e presidente eleito da Câmara Municipal de Lagarto, Carlos Eduardo Pereira de Santana, o popular Eduardo de João Maratá, de 35 anos.

Entrevistado da semana

Vereador de primeiro mandato e natural do povoado Colônia Treze, ele foi eleito para um dos principais cargos políticos do município em um momento turbulento da política lagartense, ocasionado pelo afastamento do prefeito Valmir Monteiro.

E nesta entrevista, Eduardo conta os detalhes da sua eleição, os bastidores e até da atividade de “puxa-sacos” que trabalharam contra sua eleição. Além disso, ele se diz de situação, mas considera que somente foi eleito graças a oposição e por isso quer construir um parlamento independente.

Confira a Entrevista da Semana na íntegra:

Eduardo de João Maratá, 35 anos, primeiro mandato.

Portal Lagarto Notícias: Como está sendo a experiência de ser vereador em Lagarto, uma cidade em que seu povo respira política?

Eduardo de João Maratá: A gente fica satisfeito e também um pouco preocupado, porque eu cobrava muito do meu irmão. Pois a gente imaginava que sendo vereador, teríamos uma varinha de condão e iria resolver os problemas da cidade, só que a gente enfrenta barreiras que na verdade é um sistema de partido A ou B, em que nos sentimos um pouco frustrados.

A gente às vezes quer fazer alguma coisa, a população cobra da gente, a gente sabe que pode fazer tudo, mas só sabe quem realmente está no mandato com vontade de realmente promover mudanças e muitas das vezes não consegue. Porque o poder não está somente nas mãos de um, a gente depende dos outros vereadores, do prefeito e dos outros poderes.

PLN: O senhor foi eleito vereador pela base do prefeito afastado, Valmir Monteiro, e da prefeita interina, Hilda Ribeiro. Diante disso, o senhor acha que se não tivesse se aliado a oposição poderia ter sido eleito presidente da Câmara de Vereadores?

Eduardo: Eu não acho, eu tenho certeza que não seria. Por isso, agradeço primeiramente a Deus e depois aos oito vereadores que se somaram a gente. Hoje [Quinta-feira, 13/12/2018], passou a imagem de que as coisas foram fáceis, mas não foram. Mas também quero agradecer a algumas pessoas que fizeram parte deste projeto, como o agrupamento Reis, por ter me dado essa oportunidade, porque no agrupamento deles tinha gente que se dissessem: “Não votem em Eduardo”, não votaria.

Diante disso, quero parabenizar o agrupamento por ter mostrado inteligência, coisa que meu grupo, não nego ser do grupo de Valmir, Gustinho e Hilda, não tiveram essa inteligência que os meninos tiveram. Mas pode ter certeza que, além dos nove, se Fábio Reis e Sérgio Reis não tivessem interferido, jamais teríamos chegado a Presidência da Câmara. Isso não quer dizer que eu pulei de partido, pois a gente formou uma chapa com nove vereadores independentes. Logicamente, que tivemos os 17 votos, mas sabemos que se um dos nove tivesse saído, nós não teríamos essa votação.

PLN: Alguns blogs divulgaram, depois que perceberam que sua eleição estava consolidada, que o nome era Eduardo, o que deu a entender que Valmir, Hilda e Gustinho declararam apoio espontâneo a sua candidatura. Então, o como o senhor se enquadra hoje: oposição, situação ou independente?

Eduardo: Hoje, em termos de Câmara de Vereadores, me considero independente. Hoje eu sou os oito vereadores que junto comigo fizeram a transformação. Logicamente, que tivemos ajuda, mas sei que em momento algum me reconheço como candidato da situação, mas permaneço no agrupamento de Valmir Monteiro. O futuro a Deus pertence, mas, independente de partido, eu quero ser respeitado.

Hoje, em primeiro lugar, quem me respeitou foram os oito vereadores que entraram nessa comigo e agora queremos uma câmara independente. Por isso, digo que quem venceu foi a democracia, porque construiremos uma Câmara independente.

PLN: A partir de agora, uma vez que o senhor se articulou com a oposição, o tratamento com o poder executivo será diferente?

Eduardo: Espero que não, porque estamos lá em prol dos lagartenses e por isso faremos uma câmara independente. Logicamente, que haverá momentos em que nos somaremos com a oposição e com a situação. A gente vai procurar o melhor para a cidade de Lagarto.

PLN: Durante a eleição, em qual momento o senhor percebeu que a situação jogou a toalha?

Eduardo: Desde uns dias, a gente percebia que eles tentavam tirar meus votos e não conseguia. Só que a gente sempre fica naquela expectativa, mas na noite anterior a eleição nós tivemos a certeza, diante de tantas coisas que rolaram. Quando estavam os nove reunidos em um só lugar, tive essa certeza e eles perceberam que não tinha mais jeito.

PLN: Antes das eleições, o Tribunal de Contas de Sergipe informou que faria uma auditoria nos gastos da Câmara de Vereadores de Lagarto em relação a um contrato de locação de um veículo, no valor de R$ 130 mil. Diante disso, o senhor pensa em fazer alguma auditoria nesse processo de transição?

Eduardo: A gente não vai administrar sozinho, mas a gente vai conversar e ver a maneira como iremos conduzir e analisar esse caso. Mas há essa possibilidade de fazer a auditoria sim.

PLN: Do Grupo Reis, o senhor acha que a peça fundamental e com mandato foi o deputado federal Fábio Reis?

Eduardo: Sim. Fábio, Sérgio e o próprio Jerônimo, mas, em questão de grupo, eu fiquei surpreso com a forma deles lidarem com essa situação. No meu grupo, teve vereadores que se diziam meus amigos que não acreditaram em mim. Na verdade, eu acho que eles me subestimaram, pois cansei de ouvir várias conversinhas de secretários dizendo era um blefe meu.

Então a gente se mostrou, e uma das pessoas fundamentais foi o Clayton Moore, que se mostrou um grande articulador, unidos porque nos unimos com vereadores de todos os tipos. Também quero frisar que não vi muita influência de Valmir e Gustinho em querer mudar o resultado, mas vi muitos puxa-sacos querendo mostrar serviço. Logicamente, que eles não me deram o apoio que eu precisaria.

PLN: Se por um acaso o senhor assumir a Prefeitura de Lagarto, estaria preparado?

Eduardo: Claro! Preparado sim! Mas nem penso nisso, a gente nem assumiu a câmara e a minha questão hoje é conduzir aquela Casa com transparência, levar a Câmara Itinerante para as comunidades. Enfim, a gente tem muitas ideias e estamos disposto a ouvir para que a população de Lagarto saia ganhando.

PLN: Vai marcar alguma audiência com a Prefeita Hilda?

Eduardo: Sim, iremos lá mostrar que chegamos e que temos força para fazer um Lagarto melhor.

PLN: Qual a diferença do seu grupo do G9, de 2009, que não obteve êxito?

Eduardo: A gente nunca pronunciou o G9, era sempre o I9, justamente, pela questão da independência. Mas acho que o principal foi que Deus estava do nosso lado. Tudo tem seu tempo e eu acho que aquele G9 veio para nos fortalecer, porque aprendemos com ele. A gente trabalhou para isso, dando opiniões, viajando, se reunindo e criando o I9.

PLN: Muitas pessoas questionam o horário das sessões. Já passou pela sua cabeça alterar o horário das sessões para que haja uma participação maior da população?

Eduardo: Sim! Tínhamos o pensamento de ver com a comunidade qual seria o melhor horário. A gente vai ver uma maneira de fazer essa consulta, como fazendo alguns testes colocando as sessões à noite. Não teremos nenhuma dificuldade em alterar os horários.

PLN: Como os moradores da Colônia Treze, comunidade da qual o senhor faz parte, poderão se ver representados na figura do presidente da Câmara de Vereadores?

Eduardo: Tenho certeza que eles se sentirão orgulhosos. Tanto que disse que iria dar uma visibilidade maior a Colônia Treze, se isso realmente acontecesse. Quando Xexéu foi presidente, por exemplo, a gente via que o Jenipapo tinha algumas coisas que a Colônia Treze não tinha, justamente, pela habilidade de Xexéu ser brigador. Por isso, faremos com que, de alguma forma, as pessoas vejam que foi importante ter um presidente da câmara daquele povoado.

PLN: Que mensagem o senhor deixa para o povo de Lagarto?

Eduardo: Quero dizer ao povo que quando Deus quer, tudo é possível. E mostrar que uma união bem feita vale a pensa. Também quero dizer que nem sempre o dinheiro compra tudo. Por isso, o povo pode acreditar nos vereadores da Câmara de Lagarto.

Xingó Parque Hotel & Resort

O Xingó Parque Hotel & Resort está situado perto da usina hidrelétrica Xingó e dos famosos cânions do Velho Chico, a 77 km do Aeroporto Paulo Afonso. Tudo isso, às margens do Rio São Francisco no município sergipano de Canindé. 

 

#Envie também a sua foto para o espaço. redacao@lagartonoticias.com.br

Contato

Alexandre Fontes

Diretor Comercial
79 99810-2533

Marcos Peris

Jornalista – DRT 1834
79 99803-2070