Fábio Rabelo: “Sem o aval deles não tomo decisões num projeto da importância que é pleitear a Prefeitura de Simão Dias”

7 de fevereiro de 2019 - 19:02, por Alexandre Fontes

Portal Lagarto Notícias

O entrevistado da vez é o professor e vereador da cidade de Simão Dias, Fábio Rabelo, de 42 anos. Durante a conversa com o nosso Portal, o vereador e pretenso candidato a prefeito em 2020, destaca os desafios da sua vida.

Vereador pelo MDB de Simão Dias

Vereador pelo MDB de Simão Dias

PLN- Morando da zona rural durante 22 anos, quais os desafios de trabalhar e estudar residindo em povoado de Simão Dias?

Fábio Rabelo -Sempre gostei bastante do meu povoado; lá estão meus familiares, amigos e foi lá que vivi momentos importantes e muito felizes da minha vida. Assim como também foi lá que comecei a perceber e enfrentar desafios, como estudar, por exemplo. A partir da quinta-série (à epoca) ou você vinha para a cidade tendo que sair de casa as 5h da manhã ou, mais tarde, (que foi o meu caso), a gente pode estudar no povoado Brinquinho, e, neste caso, saíamos também muito cedo para andarmos uma média de 3km a pés, sem contar a volta, que era, espacialmente ao meio dia, com o agravante de voltar com fome e no horário de sol mais forte. Penso que este foi um momento crucial, porque fui persistente e não desisti, já que só fomos ter alguma possibilidade de transporte anos depois e este ainda era incerto. Quanto ao trabalho, também foi outro desafio. Comecei a trabalhar aos 16 anos numa padaria e casa lotérica na sede do município que não funcionam mais. E era muito difícil por vários motivos, inclusive porque não tínhamos residência na cidade. Mas é claro, não me arrependo de absolutamente nada, tudo foi um grande aprendizado para mim e que me serve até os dias atuais.

PLN- Professor de formação e atuação, como o vereador Fábio Rabelo concilia as duas obrigações?

FR-Tenho conseguido, apesar de algumas dificuldades, já que as obrigações e compromissos como vereador exigem muito tempo e as vezes, sem horário determinado. Mas ultimamente tenho conseguido me organizar melhor, visto que estou readaptado de função devido a um problema de saúde.

PLN- Sente-se orgulhoso de ser professor? E vereador?

FR- Sou muito feliz por ser professor, apesar das dificuldades que a profissão e a carreira enfrentam. E também sou muito feliz e agradecido por ser vereador.  Gosto muito da participação política, da possibilidade de representar os cidadãos e cidadãs da minha terra, da oportunidade de colaborar para que todos tenham a oferta dos serviços públicos melhores e assim, através do mandato, discutir, cobrar e propor ações que vão chegar aos cidadãos e fazer diferença em suas vidas. É gratificante saber que tenho uma parcela de colaboração e  responsabilidade em fazer os simãodienses, dos povoados ou da cidade, terem as melhorias que eles buscam na sua vida social .

PLN- Qual a influência familiar para ingressar na política?

FR- Penso que o gosto que tenho pela política é nato. Mas aliado a isso veio a vivência e atuação da minha mãe, Rosilda Rabelo, no meio político e como liderança. Lembro-me do movimento de políticos em minha casa nas décadas de 80 e 90 e sempre fui muito atraído por isso. Depois, fui despertando para meu papel diante do meu povoado, me envolvendo em movimentos juvenis, principalmente, pela participação no grupo de jovens da Pastoral da Juventude, da Igreja Católica e na liderança estudantil, pela qual cheguei a ser representante dos alunos no Colégio Milton Dortas, onde fiz meu curso de magistério. Tudo isso me influenciou e hoje permaneço aqui, resiliente, resistente e amparado, também, no exemplo e persistência da minha mãe.

PLN- Por que Fábio Rabelo rompeu com o agrupamento político da Família Valadares?

FR- Este é um dos fatos mais marcantes da minha vida política. Durante toda a minha atuação eu e minha família sempre fomos do agrupamento dos Valadares. E a pesar da minha fidelidade ao grupo, sempre vivi pontos de insatisfação, mas que foram superados naturalmente. Porém, a partir do posicionamento do então Senador Valadares durante o segundo turno da eleição de 2014, percebi que esta relação poderia ser rompida, principalmente, ao perceber que o então vice-governador Belivaldo Chagas havia tomado um posicionamento diferente da orientação do senador e com o qual eu concordava. Isso acabou me aproximando mais ainda de Belivaldo, com quem também já tinha nossa relação política, visto que éramos do mesmo grupo. Isso foi desagradando o agrupamento dos Valadares, resultando no cenário que conhecemos hoje. O decorrer deste processo foi traumático para mim, apesar de ser superado. E traumático não pela separação, mas pela forma desrespeitosa como fui tratado, recebendo agressivos ataques na rádio local, por exemplo, o que demonstrava total desprezo e falta de reconhecimento pela contribuição que eu e minha família demos ao grupo. Como isso começou a ocorrer antes mesmo do afastamento total, foi preponderante para a decisão (acertada e feliz) que tomei.

PLN- O prefeito Marival Santana desde 2012 quando foi eleito prefeito da cidade de Simão Dias vem sendo uma das principais lideranças do município, derrotando por duas vezes o grupo de Valadares. Como o senhor avalia politicamente e administrativamente o gestor simãodiense?

FR-Politicamente Marival demonstrou ser o porta-voz do desejo de mudança e libertação da velha política que o povo de Simão Dias nutria. Este tem demonstrado corresponder às expectativas e feito uma boa gestão mesmo diante da crise que enfrentamos. Ressalto aqui a parceria administrativa que tem sido feita, no seu segundo mandato, entre o Governo do Estado e a Prefeitura, o que tem sido favorável à sua gestão, mas, principalmente,  ao povo de Simão Dias, visto que o município tem recebido um volume incomparável de investimentos através do governo Estadual.

PLN- Por que Fábio Rabelo após o rompimento entre os Valadares e Belivaldo Chagas, optou pelo então vice-governador do Estado?

FR-Foi uma opção natural. Éramos do mesmo grupo. Com minha mãe sempre fomos apoiadores de Belivaldo e aliado a isso vi nele uma liderança diferente, capaz de ouvir e dialogar e com a mente e propósitos alinhados aos anseios da população. Considerei também a coerência política de Belivaldo quando decidiu permanecer no grupo/ projeto político que estava, no âmbito estadual, não cedendo aos propósitos particulares que se sobrepuseram aos interesses coletivos. Tudo isso influenciou e percebi que poderíamos construir um novo grupo político em Simão Dias, uma opção diferenciada, independente e que pudesse colaborar para a melhoria das condições de vida no município, como estamos fazendo e com o respaldo da população. Tudo isso importante para minha decisão.

PLN- Há uma possibilidade do senhor ser candidato a prefeito em 2020? Teria os apoios do prefeito Marival e do governador Belivaldo?

FR- Há sim, considerando que qualquer político deseja chegar a governar seu município, esta possibilidade existe e também da mesma forma que há a mesma probabilidade para outros nomes que compõem o nosso agrupamento. Nomes com a mesma capacidade, contribuição e respaldo político que posso ter. Porém, esta jamais será uma decisão minha, individualmente. Estou em um grupo, como disse, não sou o único nome neste grupo e além disso, ainda estaria submetido à três  forças/fatores importantes e decisivos: primeiro, considerar o que as pessoas pensariam desta ideia; segundo: poder contar com o apoio e a decisão daqueles que compõem nosso agrupamento (vereadores e lideranças) em fazerem a opção pelo meu nome, já que não seria candidato de mim, mas de um grupo e terceiro: ouvir, considerar e seguir a orientação das lideranças do agrupamento, no caso, o Governador Belivaldo e nosso amigo Felizola. Em qualquer hipótese, sem o aval deles (Belivaldo e Felizola) não tomo decisões nem dou passos num projeto da importância que é pleitear a Prefeitura do nosso município. Sou liderado. Sei o meu lugar. No momento, continuo focado no meu mandato e considerando ser candidato à reeleição para vereador. Quanto ao apoio de Marival, não creio que eu deva fazer juízo sobre isto, visto que é uma questão dele e do grupo que ele lidera. No entanto, cabe a mim ressaltar o bom relacionamento que tenho com o prefeito, de forma pessoal, além da parceria política bastante positiva que os dois grupos têm estabelecido no município. Isso nos faz lembrar que esta ação conjunta é em favor do povo e, que, com este mesmo objetivo, não o apoio especificamente a Fábio Rabelo, mas em favor do melhor para Simão Dias, é possível sim que haja uma união política entre os dois grupos. Esta é a minha opinião.

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