DIÁRIO DE UMA QUARENTENA (A Cidade)

20 de abril de 2020 - 10:50, por Claudefranklin Monteiro

Três palavras definem bem a identidade lagartense: o trabalho, a cultura e a fé. A cidade de Lagarto comemora 140 anos. Mas a sua história é celebrada, contada e decantada há mais de quatro séculos. Anos e anos que a tornaram não somente a cidade ternura, mas também o lugar de enormes potenciais ainda adormecidos. Que o trabalho, a cultura e a fé que sempre a caracterizou nos ajude a superar os muros e nos impulsione a construirmos pontes entre nós e entre o passado e o futuro.

Assim, com essas palavras, gravei um áudio para o repórter Nando Moreno, a fim de ser veiculado na programação festiva da FM Eldorado. Trata-se de um extrato de uma trajetória promissora, apesar dos percalços. Em que pesem as inúmeras coisas que nos atrapalham, temos mais a comemorar do que a reclamar. E precisamos, urgentemente, rever posturas arcaicas e comportamentos que em nada acrescentam e edificam.

Tornei-me um entusiasta da História de Lagarto desde menino. Quando aluno do primário do Colégio Cenecista Laudelino Freire, ouvi atentamente uma palestra proferida pelo saudoso historiador Adalberto Fonseca. Em sua fala, descobri que o meu lugar de nascimento era mais antigo do que eu imaginava e que se confundia com as origens do Brasil, pelo menos com seus primeiros noventa anos.

Aquela preciosa fala também me deixou inúmeras dúvidas e inquietações, postas em stand by por alguns bons anos, até ser instado a pesquisar, me aprofundar e escrever sobre o assunto. Longe de querer ou mesmo pretender superar o autor de História de Lagarto (2004), senti que eu podia contribuir com o seu legado, editando e agregando valor, sem que isso o desqualificasse e diminuísse sua importância.

Para além da origem mal explicada em torno de uma pedra em formato de réptil, da presença discutível dos jesuítas na formação religiosa do lugar e outras nuances, a história do município de Lagarto não pode e não deve ser encerrada na sua elevação à categoria de cidade, no dia 20 de abril de 1880. Suas origens remontam ao final do século XVI, quando da doação de sesmarias a Antônio Gonçalves de Santomé, filho de Cristovam Lagarto, fundador do povoado Santo Antônio, em 1604.

O tempo entre sua fundação e a sua elevação à condição de cidade, que celebramos 140 vezes neste dia 20 de abril, há uma carga e um contexto histórico que deram solidez àqueles aspectos: trabalho, cultura e fé.

Em tempos de pandemia do coronavírus, nunca é demais ressaltar, por exemplo, que nossa história é resultado de uma superação. No final da segunda metade do século XVII, a população embrionária do Povoado Santo Antônio foi acometida por uma epidemia. Provavelmente, a bexiga, mal muito comum época, sobretudo se levarmos em consideração a Crônica do padre jesuíta João Felipe Bettendorf (1990, p.201, 242), em missão no Maranhão e no Pará.

A cura foi atribuída à Nossa Senhora da Piedade, depois do socorro de frades carmelitas que tinham um convento em Palmares, Riachão do Dantas, possessão territorial de Lagarto naqueles tempos. Doravante, o lugar se desenvolveu prodigiosamente, passando à Freguesia e Vila, ainda no século XVII, e depois cidade, como já afirmamos, no final do século XIX.

Nesse clima de festa, a bem faceja canção de Antenor Nunes, hino popular de Lagarto, talvez seja a melhor expressão do sentimento de quem nasce, vive e escolhe pra morar nessa terra de gente trabalhadora, criativa e fervorosa, particularmente um trecho que diz: Lagarto cidade maravilhosa / Sei que é tão caprichosa pedaço do meu Brasil / Essa cidade fica aqui no centro sul  / No Estado de Sergipe onde o céu é mais azul.   

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