O IMORTAL DOM MÁRIO RINO SIVIERI (1942-2020)

3 de junho de 2020 - 22:32, por Claudefranklin Monteiro

Dom Mário Rino Sivieri morre em Aracaju

Na primeira vez que escrevi ao seu respeito (Revista Perfil, setembro de 2008), ele me interpelou na rua assim: “Então você agora é meu biógrafo!”. Disse-me isso, puxando minha orelha e dando um tapa carinhoso na bochecha. Depois daquela oportunidade, tornei a lhe render mais algumas linhas em pelo menos duas ou três ocasiões, sempre destacando aspectos de sua rica trajetória de vida e de sua importante atuação na Paróquia Nossa Senhora da Piedade.

Dom Mário Rino Sivieri faleceu hoje à tarde, no Hospital São Lucas, aos 78 anos de idade, deixando órfãos os lagartenses e parte considerável de Sergipe. Isso, sem falar nos inúmeros filhos espirituais espalhados pelo Brasil e pelo mundo em razão do trabalho que exerceu à frente do projeto da Fazenda da Esperança, desde os anos 90.

Natural de Castelmassa (Itália), no dia 15 de abril de 1942, era filho de Osvaldo Sivieri e Natalina Mazzeto. Chegou a Sergipe, como sacerdote, após aceitar o convite do Papa Paulo VI para pregar o evangelho na América Latina, mais de perto no Brasil, aportando na cidade de Lagarto, na companhia do saudoso Padre Danilo, na condição de vigário em 15 de maio de 1968. A partir de 1976, assumiu a Piedade na condição de Pároco, permanecendo até ser sagrado Bispo de Propriá, no dia 25 maio de 1997, com o lema SERVO DE TODOS. Ao todo, foram 29 anos ininterruptos dedicados à evangelização cristã em Lagarto.

Nesse ínterim, foram inúmeras as realizações, das quais destaco algumas. Construção de inúmeras capelas no interior de Lagarto. Reforma do Santuário de Nossa Senhora da Piedade. Atuação no campo educacional, à frente do corpo administrativo do Colégio Cenecista Laudelino Freire. Implantação de diversos movimentos e espaços de atuação evangélica e pastoral, a exemplo do Encontro de Casais com Cristo e da Pastoral Familiar. Mas, sobretudo, da fundação da Fazenda da Esperança São Miguel, sua última morada após sua aposentadoria como Bispo de Propriá (1997-2017).

De minha convivência com ele, como paroquiano da Paróquia de Nossa Senhora da Piedade do Lagarto (Sergipe), destaco três momentos: os bastidores do Congresso Eucarístico de 1979, na Casa Paroquial (Praça da Piedade); a minha Primeira Comunhão, no Santuário Nossa Senhora da Piedade; e quando lhe comuniquei, no início dos anos 90, o desejo de ser sacerdote, que não vingou.

Quando da fundação da Academia Lagartense de Letras, em 2013, eu, Rusel Barroso e Assuero Cardoso entendemos que ele não poderia ficar de fora e passou a ocupar a cadeira de número 9, cujo patrono é o Padre Vicente Francisco de Jesus. Como acadêmico, Dom Mário atuou de forma discreta, mas significativa, não somente pelo seu capital simbólico, mas por tudo que ele representa para todos nós. Ao lado do saudoso Joaquim Prata, torna-se a habitar doravante no panteão da imortalidade de nosso Sodalício, fazendo jus à alcunha que é conferida aos integrantes das academias bem-letristas ou culturais.

Mas a imortalidade de Dom Mário vai além disso. Ele, certamente, continuará vivo nas lembranças dos lagartenses, de modo particular, mas também no legado que deixou no processo de evangelização cristã, no surgimento de diversas vocações sacerdotais, religiosas e leigas consagradas, nas obras estruturais e estruturantes que alcançou êxito, de igual modo no campo social e educacional. Amante incondicional de Lagarto, embora tenha seus restos mortais repousados na cidade de Propriá, Dom Mário deixa raízes profundas fincadas no torrão sagrado de Nossa Senhora da Piedade.

FONTES:

SANTOS, Claudefranklin Monteiro. Servo de Todos, Servo por Amor – Sacerdote da Humanidade. Revista Perfil, Itabaiana-SE, p. 26 – 27, 05 set. 2008.

SANTOS, Claudefranklin Monteiro. Um Italiano Verdadeiramente Lagartense. Jornal CINFORM – Caderno Especial de Lagarto, Aracaju-SE, p. 5 – 5, 17 abr. 2012.

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