SANTO ANTÔNIO NA HISTÓRIA RELIGIOSA DE LAGARTO

1 de junho de 2021 - 07:52, por Claudefranklin Monteiro

             Em 1596, o conquistador de Sergipe, Cristóvão de Barros, doou ao seu fundador, Antônio Gonçalves de Santomé, as terras que hoje correspondem à boa parte do território do município de Lagarto. Com ele, em 1604, além da criação do povoado Santo Antônio, foram entronizadas na primeira capela do local duas imagens: a do santo guerreiro, hoje casamenteiro, e a de Senhora Santana.

            Antes de se ser chamada oficialmente e religiosamente de Paróquia de Nossa Senhora da Piedade do Lagarto, a partir do dia 11 de dezembro de 1679, Santo Antônio foi não somente o nosso primeiro padroeiro como dava nome às terras de seu fundador. Na História do Brasil, isso foi muito comum entre seus primeiros núcleos urbanos: o nome do lugar fazer alguma menção ao seu dono. São Cristóvão, primeira capital de Sergipe, é um exemplo disso.

            À medida que outras comunidades foram surgindo e paróquias também, Santo Antônio também foi sendo agraciado, considerada a segunda mais importante devoção de Lagarto, ao lado de São Benedito e de Nossa Senhora do Rosário. Muitas famílias, por sua vez, também agregaram aos seus filhos o nome Antônio, até a presente data. Sem falar que segue sendo um dos santos juninos mais festejados, com direito à fogueira e à celebração do início da colheita de milho.

            O povoado Olhos d´Água está entre os mais antigos povoados de Lagarto cujo patrono é Santo Antônio, depois, claro, do povoador fundador. Segue fazendo parte da Paróquia Nossa Senhora da Piedade e realiza um dos mais tradicionais trezenários em memória ao santo da zona rural.

            Na paróquia Santa Luzia da Colônia Treze, fundada no dia 13 de dezembro de 1982, celebra-se o Santo Antônio na comunidade da Juerana. Com o desmembramento paroquial, a paróquia de Nossa Senhora da Graça (criada em 27 de novembro de 2011), que tem como sede o povoado Jenipapo, celebra o santo na comunidade da Brasília e da Estancinha II. Nesta, na administração do padre Jodeclan Rabelo, o padroeiro de origem, São Carlos Luanga, foi substituído por Santo Antônio. Ainda assim, ambos são amplamente celebrados até hoje.

            Em outras paróquias mais recentes, também Santo Antônio tem o seu lugar de honra. Na Paróquia Nossa Senhor de Fatima (fundada em 31 de julho de 2011), celebra-se no Jardim Campo Novo. E na Paróquia Santa Teresinha, de 11 de abril de 2015, no Assentamento Antônio Conselheiro. Lembrando que o povoado fundador hoje é parte do território da Paróquia de Santa Luzia do Alto da Boa Vista, fundada em 08 de abril de 2015.

            Ainda na Paróquia Nossa Senhora da Piedade, merece destaque à devoção a Santo Antônio no asilo que leva seu nome. Em 1933, por sugestão da saudosa dona Maria José Hora (1902-1985), foi fundada, sob as bênçãos de monsenhor Marinho, a Pia União dos Pobres de Santo Antônio. Quarenta anos mais tarde, em 1973, foi inaugurado o Asilo Santo Antônio. Seu Trezenário começou na Igreja Matriz da Piedade, à época do padre Mário, depois passou se realizar festivamente no local, numa capela dedicada ao à memória do santo. Nunca é demais lembrar, a tradição do pão de Santo Antônio.

            Curiosamente, Santo Antônio não goza de prestígio nas paróquias da Diocese de Estância. Pelos menos no que diz respeito às mais de 28 sedes, na condição de padroeiro. Em Lagarto, entre os 34 párocos registrados até a presente data, apenas dois receberam o nome do santo: Antônio Correa Dantas e José Antônio Vasconcelos.

            Por ocasião da reforma do Santuário, em 2012, na gestão do padre Raimundo Diniz, a imagem de Santo Antônio voltou a figurar no altar-mor, à esquerda da imagem de Nossa Senhora da Piedade. Aliás, o conjunto que compõem o altar principal traduz muito bem o que foi a religiosidade católica nos mais de quatrocentos anos de nossa terra, com as presenças, também, de Senhora Santana, São Benedito e do Senhor Ressuscitado.

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