CONTE SUA HISTÓRIA, MOACIR POCONÉ

5 de julho de 2021 - 16:59, por Claudefranklin Monteiro

Não lembro exatamente quem nos apresentou a ele, mas creio que foi Genivaldo Gouveia. Entre o final dos anos 80 e início dos anos 90, tínhamos um círculo de amizade bastante sólido, que começou com Sandro Mesquita, Marcone, Max, eu e Vicente Celestino, depois foi se ampliando, com a chegada de outros amigos, a exemplo de Sérgio, o forte, e de tantos outros. Era uma turma que reunia jovens alunos de algumas das principais instituições de Ensino Fundamental à época e que depois se encontraram de algum modo no Colégio Estadual Abelardo Romero Dantas.

Eu era um pouco mais adiantado, em idade e faixa escolar, tanto que fui um dos primeiros a deixar a turma para ir morar em Aracaju e cursar a Licenciatura em História pela Universidade Federal de Sergipe. Ainda assim, porém com menos frequência, nos encontrávamos na casa de Sandro Mesquita, uma espécie de QG nosso, onde conversávamos de tudo e curtíamos bastante música.

Embora não me lembre de quem nos apresentou exatamente a ele, não esqueço jamais a primeira impressão que eu e boa parte da turma teve dele; sobretudo a sua lhaneza. Era raro naquela época e idade, encontrar alguém de nossa faixa etária tão educado, de modos tão polidos, até mesmo no falar e no portar-se. Um verdadeiro gentleman, como o é até hoje.

Moacir Lopes Poconé Neto nasceu em Aracaju, no dia 27 de março de 1975. Filho de José Carlos Lessa Poconé (falecido) e de Vera Lúcia Alves Poconé, viveu boa parte da infância entre Sergipe e Bahia, notadamente em razão do ofício do pai. Ele era funcionário do Banco do Brasil e, em razão disso, precisava se deslocar de acordo com as demandas e necessidades da instituição. Assim, teve uma breve passagem pela cidade de Canavieiras (BA), passando a residir em Lagarto quando Moacir tinha 5 anos de idade, por volta de 1980.

Sobre sua infância em Lagarto, assim relata:

Muitas amizades, geralmente ligadas à escola e ao futebol de salão, esporte que praticávamos na escola e em “peladas” na antiga quadra do INSS. Além disso, o futebol de botão era outra diversão da época. Começava também a conhecer o mundo da música, principalmente MPB e o Rock brasileiro e o mundo da leitura, com a coleção Vagalume. Outra paixão também surgida nessa época que dura até hoje é pelo meu querido Clube de Regatas do Flamengo, que surgiu no início da década de 80 com o deslumbramento pelo time comandado por Zico”.

Criança, ao lado do pai (esquerda) e de um amigo na AABB de Lagarto
(Acervo da família)

Moacir Poconé fez seus estudos do Ensino Fundamental no antigo Centro Educacional Nossa Senhora da Salete da saudosa D. Adelina. Com o fim do colégio, migrou para o Colégio Municipal Frei Cristóvão, onde cursou a 8ª. Série. Ainda em Lagarto, iniciou o Ensino Médio no Colégio Estadual Abelardo Romero Dantas, tendo cursado apenas o primeiro ano

Com 15 anos de idade, mudou-se para Aracaju em razão da aposentadoria precoce de seu pai. Na capital sergipana, concluiu o Ensino Médio no Colégio Salesiano, onde fez novas amizades e procurou se aprofundar nas leituras de grandes clássicos brasileiros e também da literatura mundial.

A música sempre presente e muito interesse pelo conhecimento em geral. Infelizmente, um breve período de afastamento de Lagarto, tendo em vista as atividades que desenvolvia em Aracaju, mas sem nunca perder os laços de amizade aqui feitos.

Com apenas 17 anos, ingressou no Curso de Direito da Universidade Federal de Sergipe, concluído aos 21. Cerca de dois anos depois, obteve novo êxito acadêmico, retornando à UFS para iniciar o Curso de Letras-Português, uma paixão, disse-me em entrevista no dia 4 de julho de 2021.

Por conta de dificuldades de horário, uma vez que já era concursado do Tribunal de Justiça, precisou finalizar Letras curso na Universidade Tiradentes. Ainda no Nível Superior, fez duas especializações: uma na área Jurídica (Direito Processual Civil) e outra na área de Educação (Docência do Ensino Superior). Nesse ínterim, seu pai faleceu, na cidade de Aracaju, no ano de 1997.

Sobre sua relação entre o direito e docência, assim se expressa:

A docência é uma grande realização, uma satisfação muito maior que no campo jurídico, que resolvi seguir primeiramente por uma questão de segurança financeira. Mas procuro realizar ambas as funções da melhor forma possível, principalmente por elas lidarem muito diretamente com interesses das pessoas. Na docência, já ensinava de certa forma aos meus próprios colegas quando da preparação para o Vestibular, pois sempre tive gosto e facilidade com Literatura, Português e Redação.

Moacir Poconé é concursado há 25 anos como Escrivão de Justiça do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, tendo atuado inicialmente na Comarca de Itaporanga e no Distrito de Salgado, e desde 2004, como titular da 1ª. Vara Cível da Comarca de Lagarto. Como professor, iniciou em cursos preparatórios para vestibular como o CPV em Salgado e Itaporanga e Autêntico em Lagarto. Posteriormente, passou a lecionar no Ensino Médio, no Colégio José Augusto Vieira e no Grêmio Escolar Pequeno Príncipe. Com experiências, também, no Ensino Superior na Faculdade José Augusto Vieira e na pós-graduação da Faculdade São Luís de França. Atua rotineiramente como tutor de cursos a distância e presenciais do Tribunal de Justiça, sempre na área de Português.

Consolidado tanto numa área como noutra, constituiu família. Do primeiro casamento, é pai de Sofia, que já cursa Direito na Universidade Tiradentes. Com Elisângela Poconé, com quem é casado atualmente, teve Cecília, aluna do Ensino Fundamental do CNSP: “As minhas filhas são a razão de toda minha existência e é por elas que busco a cada dia melhorar e ser sempre um pai presente, para toda e qualquer necessidade”.

Com a esposa, Elisâgela Poconé, em viagem a Buenos Aires (Argentina)
Acervo familiar

Aos 30 anos de idade, em 2005, voltou a residir em Lagarto, até a presente data. Sobre a cidade, se expressa com grande entusiasmo e empatia:

O melhor lugar para se viver, com suas qualidades e com os seus defeitos. O local em que me reconheço como cidadão e em que mais passei os anos de minha vida. Muita alegria em ver o desenvolvimento da cidade com a o polo de Saúde da UFS, Hospital Universitário e outras realizações que virão e, por outro lado, triste em ver ainda certas práticas perdurarem, especialmente quando nos debruçamos sobre o cenário político. Mas pesando o que há de bom e ruim, o saldo é extremamente positivo, pois foi aqui que formei amizades que perduram até hoje e é aqui o local em que vivo com minha família, torcendo muito para que a cidade progrida cada vez mais.

Esse sentimento de Lagartinidade não tardou a ser reconhecido, diga-se de passagens com mérito e do qual fui testemunha. Em 2015, por indicação do então vereador Cláudio de Dona Leu, foi agraciado com o Título de Cidadão Lagartense, em solenidade concorrida.

Título de Cidadão Lagartense em 2015

Para além de todos esses atributos e jornada vitoriosa, Moacir Poconé atuou também no campo literário, premiado com o segundo lugar no Concurso Nacional de Crônicas Laura Ferreira do Nascimento (2012), texto selecionado e publicado no 1º. Concurso Nacional Sul Info de Minicontos e dois textos selecionados e publicados no XXXI Concurso Literário da Uniso – Universidade de Sorocaba e poema selecionado na antologia coletânea “Mil poemas para Gonçalves Dias”, publicado pela EDUFMA – Editora da Universidade Federal do Maranhão.

Também, participou como colunista do site Lagartense, escrevendo sobre assuntos variados na coluna “Deu na telha” e no site Lagarto Notícias na coluna “Nossa Língua”, que tratava de assuntos ligados ao Português, até a presente data.

Em Lagarto, além das atividades aqui descritas, ficou popularmente conhecido pelo quadro “Não tenha medo do Português”, com uma série de vinhetas veiculadas na Rádio Juventude FM, atividade que desenvolveu a convite do amigo Aloísio Andrade, que levaram curiosidades e dicas do Português do dia a dia aos quatro cantos da cidade. O quadro foi um sucesso de crítica e de público, nos mais variados níveis sociais.

Aproveitei a ocasião para lhe perguntar: “Não tem medo do português?”, no que me respondeu com perícia e conhecimento de causa:

É bom não ter e, caso tenha, buscar vencê-lo com o conhecimento. Somente a leitura e o estudo irão fazer com que o Português deixe de ser visto como algo misterioso ou aterrorizante e passe a ser visto como o que de fato é: nossa língua, uma das marcas da razão de ser do nosso povo.

Atualmente com 46 anos, emprega sua larga experiência na docência à frente do Mega Curso, na condição de diretor e professor. Instituição que prepara os alunos para o ENEM e concursos, que tem tido excelentes desempenhos nos últimos anos.

Moacir Poconé se define como sendo:

“Uma pessoa otimista, positiva, que busca no humor refúgio para dificuldades. Inquieto, muito curioso, sempre em busca do conhecimento. Amante da Ciência, das letras, do cinema, da vida e que busca sempre pensar no próximo, colocando-se em seu lugar. Um amigo sempre pronto para ajudar a quem lhe estende a mão. Um pai atento, amigo de suas filhas e um marido amoroso e leal, com sua companheira de vida”.

Com a filhas.

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