Cultura do milho movimenta economia na região de Paripiranga/BA

22 de junho de 2022 - 09:48, por Marcos Peris

A imensidão verde das plantações de milho no município de Paripiranga/BA, localizado na região nordeste do Estado, distante 340 km da capital Salvador, revela a força do cultivo para a região. A cultura do grão destaca-se a cada ano, movimentando uma grande cadeia, que gera renda e muitos empregos. Nesta época, não se fala outra coisa na cidade a não ser sobre as plantações e o desejo e lavouras prósperas.  

De acordo com a Secretaria de Agricultura do município, o cultivo do grão gera, a cada ano, em torno de R$ 240 milhões. As transformações provenientes da produção são visíveis, principalmente na época de maio a julho, é só dar uma volta pela cidade para verificar o número de máquinas agrícolas abastecendo em postos de combustíveis para seguir com o arado. Ou até mesmo a quantidade de lojas e representantes comerciais da área agropecuária que vieram de estados do Sudeste e Sul para trabalhar e investir no município confiantes no potencial agrícola local. 

E não é só isso, é dinheiro que movimenta a economia como um todo: hotéis, restaurantes, lanchonetes, lojas de roupa, material de construção, supermercados, educação e muito mais. É a esperança de boa colheita que aquece os corações esperançosos do inverno frio da Paris baiana – apelido carinhoso dado ao município devido ao clima de cerca de 14º no inverno.  

De fato, o cultivo do milho ganhou e tem ganhado ainda mais força na região nos últimos anos, seja em tecnologia, seja em conhecimento acadêmico e científico. De alguns anos para cá, os agricultores passaram a investir em técnicas: melhoraram a adubação do solo e usam sementes selecionadas, é o que explica o engenheiro agrônomo, professor do Centro Universitário Ages, Carlos Allan Pereira.  

“Em relação ao uso de tecnologias, o nosso agricultor é intermediário, há uso expressivos de máquinas e implementos para preparo de solo, plantio, manejo e colheita com a utilização de tratores agrícolas, grade-aradora, semeadora-adubadora, pulverizadores e colheitadeiras é comum no município”, disse.  

No entanto, acrescenta Allan, os produtores têm iniciado investimento em novas tecnologias com uso de drones para acompanhamento e manejo de lavouras, aplicação de georreferenciamento e outras tecnologias. “Afinal, apesar da produção ser bem favorável por conta dos solos que são férteis, o clima, por estarmos no semiárido, possui alguns anos de instabilidade, ou seja, um ano a produção pode ser boa e no outro ano não, por isso, a utilização de tecnologias é fundamental para otimizar a produção durante as inconstâncias climáticas”, pontuou.  

Além do incremento tecnológico, outro fator que tem contribuído para a melhoria das plantações é o conhecimento. Segundo o professor, no curso de Engenharia Agrônoma da Ages, além de levar informação aos discentes, trabalha em parceria com os produtores por meio dos trabalhos de extensão. “Uma dessas parcerias é o Projeto Agro em Campo, onde prestamos assistência técnica a produtores do município, trabalhando nos aspectos de planejamento e manejo a partir de práticas sustentáveis. Vale frisar que muitos dos nossos alunos que estudam agronomia, são filhos de pais agricultores e netos de agricultores e que hoje conseguem melhorar o plantio através das pesquisas desenvolvidas na instituição e do manejo científico da lavoura”, destaca.  

O estudante do 8º período de agronomia, Huggo Reis, 22 anos, viu no curso superior a oportunidade de melhorar a plantação da família, que vive do cultivo de milho há mais de 30 anos. A tradição começou com os avós, depois com os pais e hoje ele também lida com a roça. 

“O jeito de plantar mudou ao longo dos anos, antes era um plantio bem manual, hoje, usamos máquinas, sementes compatíveis com o solo e clima, e muita coisa que eu via meu pai falando e que aprendi com ele, consegui aprimorar por conta da faculdade. Na verdade, há uma troca de conhecimento e juntos estamos conseguindo retorno produtivo com o que tenho aprendido no curso”, revelou. 

Produção  

Em Paripiranga, segundo a Secretaria de Agricultura, a área média plantada é de 28 mil hectares, e a estimativa de produção é de 170 mil toneladas. O grão abastece a região Nordeste, grande parte para ração animal e indústria de alimentos.  

“Nossa produtividade gira em torno de 100 a 110 sacos por hectare, cerca de três milhões de sacos de milho, gerando em torno de R$ 240 milhões em renda. São vários fatores que favorecem o cultivo: chuva, onde cai cerca de 900 milímetros por ano; solos argilosos, de alta fertilidade, garantindo grande produção e nossos produtores são sempre qualificados, onde aprendem a usar tecnologia desde o preparo de solo com uso de calcário, adubação de primeira qualidade, maquinários, defensivos, entre outros”, completou o secretário de Agricultura, Mayk Pereira. 

Xingó Parque Hotel & Resort

O Xingó Parque Hotel & Resort está situado perto da usina hidrelétrica Xingó e dos famosos cânions do Velho Chico, a 77 km do Aeroporto Paulo Afonso. Tudo isso, às margens do Rio São Francisco no município sergipano de Canindé. 

 

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