A EMANCIPAÇÃO CULTURAL DE RIACHÃO DO DANTAS-SE

24 de maio de 2023 - 10:19, por Claudefranklin Monteiro

            Valho-me da primeira parte do discurso do professor Jeferson Augusto da Cruz, na noite do dia 20 de maio de 2023, para dar título à presente crônica, onde teço as minhas considerações sobre a instalação da mais nova arcádia de Sergipe: a Academia Riachãoense de Letras, Artes e Cultura (ARLAC), fundada no dia 24 de maio de 2022 (há exato um ano). Muito feliz, do início ao fim, Cruz fez uma sábia analogia ao se valer da História de Riachão do Dantas, fazendo crer a todos, naquela memorável e histórica noite, que o município estava vivendo mais uma emancipação, referindo-se, antes, à elevação de condição de Freguesia, em 1856, de Vila, em 1864, e de cidade, em 1870.

Academia Riachãoense de Letras, Cultura e Artes (ARLAC)
(foto de Gabriel Fontes – Prefeitura Municipal de Riachão do Dantas-SE)

            A minha primeira impressão daquela solenidade me dá a certeza que para além de uma metáfora, a emancipação cultural virou, de fato, uma máxima. Digo isto, porque acompanho de perto a vida cultural do município há muitos anos. Não somente na condição de ex-professor de diversos riachãoenses, mas também ter alguns destes no meu círculo de amizades de vida intelectual, a exemplo de Manoel Andrade, Mariana Emanuelle, Rosana Oliveira Silva (a quem tive oportunidade de orientar na Licenciatura e no Mestrado em História da UFS) e o próprio Jeferson Augusto da Cruz, meu ex-aluno no Colégio Abelardo Romero Dantas e no Curso de História da FJAV, em Lagarto. Em comum, os três possuem a juventude e a capacidade intelectual. Acompanhei-os atentamente e pude atestar o desenvolvimento de cada um deles, todos eles fazendo valer a alcunha de Riachão do Dantas como a Terra de Intelectuais.

Da esquerda para a direita: Lucas Silva, Manoel Andrade, Edleide Roza, Joana Carvalho e Lucas Andrade (comissão fundadora da ARLAC) –
(foto de Gabriel Fontes – Prefeitura Municipal de Riachão do Dantas-SE)

            Cheguei cedo ao evento, nas dependências da Escola de Ensino Fundamental Prof. Luiz Antônio Barreto. Estive acompanhado dos confrades Assuero Cardoso Barbosa e José Uesele Oliveira Nascimento. Lá, nos juntamos à confreira Beatriz Góis Dantas, complementando o quarteto que naquela noite estava representando a Academia Lagartense de Letras. Nos somamos, também, a um bom número de outros representantes de agremiações acadêmicas de Sergipe, a exemplo da Academia Sergipana de Letras, com os confrades Antônio Saracura e Domingos Pascoal.

            Fizeram parte do dispositivo, sob a condução do cerimonialista, o confrade José Ginaldo de Jesus (MAC-ASL): Domingos Pascoal, presidindo os trabalhos na primeira parte da solenidade, o vereador José Robério Rodrigues dos Santos (presidente da Câmara Municipal), o desembargador do Tribunal de Justiça de Sergipe, Dr. Manoel Costa Neto (filho da terra) e a prefeita de Riachão do Dantas, a senhora Simone Andrade Farias Silva. A prefeita deu uma aula de elegância, simpatia e fala, pronunciando-se com domínio de causa e de quem sabe da importância daquele momento para a sua cidade e seus munícipes.

            Ao longo do evento, a professora Edleide Santos Roza também passou a fazer parte do dispositivo, empossada não somente como acadêmica, mas também como a primeira presidente da instituição. Além dela, compõem a equipe diretiva da ARLAC, os acadêmicos Manoel Ribeiro Andrade (vice-presidente), Lucas da Silva Andrade (tesoureiro), Lucas Santos Silva (primeiro secretário) e Joana Santos de Carvalho (segunda secretária). A estes, mais vinte e duas personalidades tomaram posse naquela noite: Terezinha Alves de Oliva, José Ibarê Costa Dantas, Francisco José Costa Dantas, Claudionor Reis de Araújo Santos, Jeferson Augusto da Cruz, Etevaldo Cândido dos Santos, José Expedito de Souza, Maria Valesca Duarte Freire Guimarães, Mariana Emanuelle Barreto Góis, Gleideston Rodrigues dos Santos, Byron Emanuel de Oliveira Ramos, Luiz Eduardo Alves de Oliva, Josefa Barbosa Alves, Silvan Aragão Almeida, Flávio de Souza Farias, José Renilton Nascimento Santos, Edite Pereira de Souza e Jackson Emanoel Hora Alves.

            Uma significativa plêiade de pessoas que têm importantes serviços prestados à tríade letras, artes e cultura de Riachão do Dantas. Nomes consagrados, como Ibarê Dantas, Terezinha Oliva e Francisco Dantas, mas também nomes com um enorme potencial e contribuição, a exemplo do historiador José Renilton, mas também de jovens talentos que ainda têm muito a colaborar, nessa simbiose de passado, presente e futuro, todos eles sob o teto da “Casa de João Oliva”, patrono da ARLAC.

            A propósito do saudoso confrade João Oliva, ninguém melhor para destacar a sua importância para o município que a sua filha primogênita, Terezinha Alves de Oliva, que num discurso afetivo rendeu homenagens ao Imortal que não deixou Riachão de Dantas sair de sua essência identitária, quando partiu para Aracaju já na fase madura, com pouco mais de trinta anos, para se consagrar como exímio jornalista que foi, tornando-se mais tarde membro da Academia Sergipana de Letras.

João Oliva Alves (1922-2019)
foto de César de Oliveira (ALESE)

            No momento poético, chamo a atenção para quatro situações distintas, mas igualmente muito bonitas e emocionantes. A primeira delas com a poetisa riachãoense, Lúcia Vieira Santos, que declamou o poema “Aniversário”, de autoria de João Oliva Alves. Em seguida, com o acadêmico Luiz Eduardo Alves de Oliva (filho de João Oliva), que recitou, de forma vibrante, o poema “A Limeira”, de sua autoria, em homenagem à cidade de Riachão do Dantas pelos seus 153 anos de Emancipação, celebrado no dia 09 deste mês. Depois, a homenagem a Assuero Cardoso Barbosa, por ter sido um dos grandes incentivadores do nascedouro da ARLAC. Este que, quebrando o protocolo e roubando a cena, no melhor estilo, interpretou a letra/canção de Belchior “Como nossos pais”. Por fim, a declamação de seu poema “Chão-ventre”, o professor Manoel Andrade, fechando a noite com chave de ouro, eventualmente embalada aos acordes da Filarmônica Lira Nossa Senhora do Amparo, sob a regência do maestro Dermival Cândido dos Santos.

            A julgar pelo que pude aqui expor, posso asseverar sem exagero ou engano, que o 20 de maio de 2023 ganhou em significado e importância para a gente riachãoense, a julgar pelo alto nível de organização da solenidade de instalação, pelo ambiente leve e familiar, simples e soberano como a capacidade intelectual, artística e cultural daquela nobre cria da antiga Vila de Nossa Senhora da Piedade do Lagarto. Afinal, já dizia a sabedoria popular: “quem sai aos seus não degenera”.

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