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Joabe Bernardo: “Está no meu DNA o protagonismo na luta por políticas públicas e defesa da vida”
9 de maio de 2019 - 19:39, por Alexandre Fontes
Portal Lagarto Notícias
O nosso entrevistado é o professor de Língua Portuguesa, Joabe Bernardo, 32 anos. Natural de São Domingos /SE, é católico praticante das Paróquias Nossa Senhora da Piedade de Santa Luzia, em Lagarto. Militante político e entusiasta da cultura lagartense.
Portal Lagarto Notícias -Como descrever Joabe Bernardo?
Joabe Bernardo -Sou uma colcha de retalhos tecida por pedaços de pessoas que me influenciaram no jeito de estudar, trabalhar, rezar e me relacionar socialmente. Tenho comigo a determinação que cada retalho tem ao se juntar com outros pedaços. Essa colcha de retalhos que sou foi alinhavada pelas mãos de um trabalhador, meu saudoso pai, e pelas mãos de uma mulher guerreira que criou 6 filhos, minha mãe. Assim, olhando para uma colcha de retalhos entendo que as pessoas são diferentes, mas que precisamos de cada uma porque não nascemos para viver numa ilha, nascemos para viver com pessoas.
PLN- Qual trajetória de Joabe Bernardo na cidade de Lagarto?
JB- Cheguei em Lagarto ainda criança. Cresci na periferia, Bairro Alto da Boa Vista. Estudei todo fundamental na escola pública, Frei Cristóvão, e concluí o ensino médio no Colégio Laudelino. Posteriormente, ingressei na UFS em 2005. No período acadêmico foi membro da Executiva Nacional dos Estudantes de Letras, eleito em Niteroi/RJ. Representei Sergipe na Executiva Nacional por dois anos. Meu primeiro emprego foi de Agente Censitário IBGE, por meio de processo seletivo. Posteriormente Agente Comunitário de saúde no Alto da Boa Vista, através de concurso público. Na Boa Vista, servi sete anos ao povo da comunidade enquanto servidor público efetivo. Em 2005, ingressei na Polícia Militar de Sergipe por meio de concurso público, porém solicitei desligamento ainda no curso de formação, não me identifiquei com o serviço militar. Exerci o cargo de diretor escolar na Escola Municipal Paulo Rodrigues do Nascimento, bairro Matinha, de 2013 a 2016. Na matinha vivi uma forte experiência comunitária com aquela gente forte e trabalhadora. Sou professor da rede privada há 7 anos e atuo como coordenador pedagógico em uma instituição privada de ensino médio. Nesta cidade, fui educado na FÉ e aprendi que o espiritual precisa ser cuidado. Na Igreja católica, fui catequista de crisma, atuei coordenador da Pastoral da Crisma durante 7 anos disseminando uma cultura de paz a milhares de jovens. No Ministério da Eucaristia, fui coordenador do grupo por dois anos. Atualmente sou tesoureiro da paróquia de Santa Luzia do Alto da Boa Vista.
PLN- Você é professor, como analisa a educação pública no município de Lagarto?
JB- Levando em consideração o contexto, Lagarto tem uma educação que não tem conseguido, relativamente, dar conta de aspectos básicos como leitura e escrita. Tudo fruto de um descredenciamento por parte de algumas famílias no exercício do papel de pais e/ou responsáveis e desvalorização que emerge da falta de políticas públicas no setor. Temos profissionais competentes, mas falta suporte de excelência.
PLN- Católico praticante, você acredita que a Igreja Católica precisa ter seus membros engajados na política local?
JB- É dever do católico leigo participar da política como exercício de defesa da vida em sua plenitude. Não podemos separar a vida espiritual da vida humana. Então é nosso compromisso erguer as bandeiras sob o calor do evangelho de Jesus Cristo e lutar contra toda forma de injustiça que nossa gente sofre diariamente independente de ter mandato político. O católico não pode ficar à margem da luta pela justiça. Acredito no que o Papa Francisco diz: “temos que nos envolver na política, porque ela é uma das formas mais altas de caridade”.
PLN- Nos grupos sociais da cidade de Lagarto já circula a informação que Joabe Bernardo poderá disputar uma vaga na Câmara Municipal de Lagarto, existe essa possibilidade?
JB- Toda pessoa que cresceu e viveu em comunidade periférica experimentou o peso da opressão, do esquecimento, da indecência política e do descaso. Assim sendo, temos a obrigação de militar politicamente em defesa dos nossos direitos e combater a qualquer tipo de opressão. E quando a gente tem um grupo de amigos com o mesmo ideal, essa possibilidade é viva e certa.
PLN- O jovem Joabe vem de uma comunidade que tradicionalmente elege representantes para o Poder Legislativo, como você analisa os vereadores da comunidade que estiveram e ainda estão representando o bairro Alto da Boa Vista?
JB- O alto da Boa Vista possui, hoje, em torno de 2300 eleitores. A cadeira do legislativo pertence a comunidade. A comunidade dá a cadeira a quem quiser, a democracia permite isso. Critério de voto não se discute. Desta forma, o meu critério racional de análise dos ex-vereadores e vereador atual não pode tirar o prestigio emocional que um vereador tem ou teve na vida de um eleitor, assim, estaria sequestrando o seu direito de escolha. Sei que cada vereador que por aqui passou deu o máximo de si conforme suas limitações. Assim evito comentários e deixo que o povo faça essa avaliação nas próximas eleições. Entendo que podemos colaborar quando ofertamos nomes que tenham perfil de atuação no legislativo. Mesmo assim, o povo é quem decidirá.
PLN- Na última eleição você esteve em linha de frente da campanha da deputada estadual Goretti Reis, isso lhe credencia para se filiar ao PSD, partido da parlamentar?
JB- Legitimei Goretti Reis como minha líder política por conta da coerência, bandeiras de luta, decência e coragem. Ela trata os seus amigos como família, assim tenho as portas e janelas do PSD a minha disposição.
PLN- Sua família é da cidade de São Domingos, o seu pai foi político naquela cidade, esse fator influencia no seu ingresso na vida política?
JB- A gente traz na nossa tipologia humana um pedaço de nosso pai, da nossa mãe e dos outros familiares próximos. E meu pai sempre se preocupou com o bem-estar daqueles que viviam ao seu redor. Assim, foi vereador por dois mandatos na cidade de são Domingos e vice-prefeitos por dois mandatos também na cidade de São Domingos. Nessa trajetória do meu pai aprendi também a ficar inquieto quando a indecência sufoca a política com P. Então, está no meu DNA o protagonismo na luta por políticas públicas e defesa da vida.
PLN-Qual a mensagem que o professor Joabe Bernardo deixa aos leitores do Portal Lagarto Notícias.
JB- Se queremos um mundo melhor, não podemos ficar à margem da luta pela justiça a partir do nosso protagonismo político enquanto político ou cidadão comprometido. Ocupemos a cena que nos pertence ou estaremos subjugados ao desmantelo moral, político e social. Sabemos que a disseminação de uma cultura que valorize o honesto passa por nós através da vivencia e experiência familiar. Vamos ser a mudança que contagiará o mundo para depois colhermos os frutos da justiça, da igualdade e da fraternidade.