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Dona Vera do arroz com galinha; entrevistada da semana
20 de dezembro de 2015 - 12:59, por Alexandre Fontes
A entrevista da semana e porque não dizer, a conversa da semana, é com a Dona Vera do tradicional Arroz com Galinha. Ela tem 68 anos, batalhadora, religiosa, alegre, a simpatia em pessoa, melhor dizendo.
Durante a entrevista Dona Vera nos contou como surgiu a ideia de trabalhar no setor culinário, das suas expectativas, e do esforço que faz pelos clientes e amigos, uma vez que, ela pensa em parar, mas continua o seu trabalho devido a requisição feita pelos últimos. A entrevista aconteceu em seu local de trabalho e durante toda a entrevista ela cita uma senhora que a ajuda na cozinha e que a tem como filha.
LN: Quem é Dona Vera?
Vera: eu sou viúva, tenho três filhos maravilhosos, seis netos, ela [funcionária do seu restaurante] que é como uma filha, então são 4 filhas.
LN: Há quanto tempo à senhora faz arroz com galinha aqui no município de Lagarto?
Vera: há 35 anos, nos tínhamos um bar do outro lado da rua, depois de 25 anos nós viemos para cá [atual restaurante Dona Vera], e servimos sempre as sextas feiras. Mas além do arroz de galinha, eu faço outras encomendas de comida de doces. Nós trabalhamos apenas com arroz de galinha, mas se alguém chegar aqui e pedir uma janta ou um banquete a gente sabe fazer e a gente faz.
LN: A senhora considera que foi uma das primeiras pessoas a trabalhar com arroz com galinha aqui em Lagarto, uma vez que já são 35 anos?
Vera: Na verdade, posso dizer que sim e que não porque antes tinha a tradição feita pelo finado Rubem e também teve seu Nego, o pai de Beto que trabalha na prefeitura, e depois que seu Nego faleceu, o filho continuou e ai eu não sei agora Lagarto quase toda faz.
LN: A cidade está crescendo também…
Vera: É não havia possibilidade de eu fornecer comida para todos os habitantes
LN: Até porque hoje as pessoas têm de chegar cedo se não, não tem mais…
Vera: Verdade, eu e ela, somos nós duas que trabalhamos aqui, mas na sexta feira vez a família ajudar a servir. Se houvesse possibilidade também, hoje em dia a gente não pode tá enchendo a casa de funcionário porque eles também comem no prato e também aquelas histórias de carteira assinada etc.
LN: Como surgiu a ideia de trabalhar no ramo das refeições?
Vera: A ideia surgiu no natal, quando meu marido era vivo, ai disseram assim: ‘porque não faz arroz de galinha?’ porque o finado Rubem só fazia no natal e no Ano Novo, nas festas de final de ano. Eu não sabia fazer porque eu era enfermeira e hoje sou aposentada, eu trabalhei na maternidade Monsenhor Daltro e peguei muita criança, então eu não trabalhava em cozinha, dai meu marido inventou de ter um bar-restaurante-churrascaria ai eu fui envolvida e aprendendo. Eu só fiz um curso de Comida Alternativa aqui no SENAC, mas essas outras coisas foi o pessoal que foi passando pra mim e eu fui gravando e aprendendo, graças a Deus hoje sei fazer de um tudo, forno e fogão. Doces e bolo.
LN: A senhora pensa em ampliar o negócio?
Vera: Não, na verdade eu tinha vontade, mas já estou nessa idade e também as vezes quando a gente ampliar sempre tem gente que fala: “Não já tá cheio de dinheiro e tal”, então é melhor ficar na humildade mesmo.
LN: A senhora tem uma média de quantos pratos serve por dia?
Vera: Não tenho não porque sai marmitas e quentinhas. Ai eu começo a servi as cinco e meia, oito horas ainda tem um pouco porque a gente aumentou a quantidade de galinha, porque as vezes o pessoal chegava aqui e ‘Não tem mais! Não tem mais!’ ai eu aumentei mais um pouco e não faço mais do que isso porque não tenho condições.
LN: A senhora já pensou em parar?
Vera: Penso, mas eu sou muito solicitada também, ai né? Mas eu penso em parar, descansar um pouco porque já estou assim de idade, fico cansada, ela também vive adoentada, já batalhamos muito… (risadas) já estou perto de fazer 70 anos.
LN: Pensa em parar, mas não quer parar?
Vera: Não, não quero não (risadas). Eu sei que vou sentir saudade porque aqui é meio que uma terapia pra mim porque chega muita gente conhecida, muito amiga, muita amiga e pra mim é uma terapia dentro de casa.
LN: A senhora é uma pessoa de fé. Católica praticante, isso contribui para o sucesso que a senhora tem hoje?
Vera: É porque eu me coloco assim nas mãos de Deus, tudo que eu faço eu coloco a Mãe Maria na frente e ela e Deus vão me abençoando, sem eles nada seria feito.
LN: Devota de algum santo?
Vera: A Mãe Maria né? E o bom Jesus, tem também João Paulo II, especial, já me concedeu várias graças. Antes eu era muito Santo Antônio, ainda sou, mas tem vários que eu invoco quando estou rezando. Mas a mãe e o filho, eu não abro mão deles dois.
LN: A senhora acredita que os seus filhos darão continuidade a essa história na culinária?
Vera: Acredito que sim. Tenho uma filha que tem muita vontade de dar continuidade, porque, na verdade, isso aqui era um restaurante e eu vendia almoço, janta e marmita, mas naquela época todo mundo ajudava porque ninguém estava cansada. Já batalhei muito, principalmente depois que fiquei viúva.
LN: Qual a mensagem que Dona Vera gostaria de deixar para os amigos e amigas de Lagarto?
Vera: De muita paz, estamos precisando de muita paz, o mundo inteiro. Que o menino Jesus dê muitas bênçãos, muita paz e muito amor, o resto é resto, a gente corre atrás porque esse mundo não está fácil.